domingo, 20 de fevereiro de 2011


"Cartuxos em Casa e Apóstolos fora de Casa"

(São José Marello)



Oração ou ação? Vida ativa ou vida contemplativa? Marta ou Maria (Lc 10, 38-42)? O Samaritano(Lc 10, 29-37) ou a samaritana (Jo 4, 1-42)? O Cristo que passa noites em oração (Mc 6, 46 - 47), ou o Cristo das multidões (Mc 8, 2)? O monge de clausura ou o missionário? São perguntas que muitas vezes são feitas, quase fossem duas formas diferentes de viver a aventura cristã, quase fossem antitéticas, opostas. Há quem aposta tudo na oração, como solução para o mundo, e há quem acha que falte ação e dinamismo na Igreja. Corre - se o risco de ler com muita pressa os textos dos ícones de Marta e Maria e até mesmo do samaritano e da samaritana, privilegiando, vezes um aspecto vezes o outro. Na verdade não existe dicotomia (oposição, diferença) entre o missionário e o contemplativo pois, precisa ser contemplativo na ação. Senão for assim não seria crível uma mensagem, não se poderia anunciar Cristo vivo.

Nosso fundador São José Marello, com certeza, não enxergava dicotomia, nem pensava minimamente em separar a fé da vida, nem nunca pensou que fosse possível ser apóstolo sem oração, ou orar sem ser ao mesmo tempo apóstolo. Para Marello, "cartuxos em casa e apóstolos fora de casa" oração e apostolado era uma única realidade; uma era extensão da outra. Lembrava este seu estilo de vida também o Papa João Paulo II, no dia de sua canonização (25/ 11/ 2001) apresentando - o fortemente atraído pela figura de São José: "de São José o atraiu fortemente o serviço escondido nutrido de profunda interioridade. Este estilo Marello soube infundir nos Oblatos de São José, a congregação por ele fundada. A eles amava repetir: 'Sejam extraordinários nas coisas habituais' e acrescentava: 'Sejam cartuxos em casa e apóstolos fora de casa' ".

Imagine estar escutando uma música linda, uma sinfonia, por exemplo, mas, sem ter um profundo conhecimento musical. A emoção se apossa de nós, mas, falta -nos o 'instrumental' que poderia dar -nos uma qualidade de compreensão maior. É o que acontece, em outro âmbito é claro, diante da melodia inegável que é Jesus com seu Evangelho... só que o instrumental, o equipamento especial para entender Jesus nós o temos: é o Espírito Santo. Deixar -se conduzir pelo Espírito Santo (Gal 5, 16), ou viver segundo o Espírito Santo (Gal 5, 25).

O Espírito Santo o mestre interior é como que o ponto de partida da conversão e de certa forma o ponto de chegada. Ele nos faz exergar direito. Nossos olhos, é sabido, recebem inicialmente uma imagem invertida das coisas: o teto está embaixo, o chão está em cima. Uma posterior operação dos olhos corrige e refaz a imagem; da mesma forma, o Espírito Santo opera uma inversão da realidade espiritual e através dele podemos compreender que os pobres são felizes, que perder a vida é mesmo salvá -la e que oração e ação caminham juntaas. O Espírito corrige a visão humana, que nunca conseguiria entender isso e nos faz enxergar o divino.


São Jose Marello, rogai por nós!



Texto: autor desconhecido

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