sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9,37).

O texto que meditamos hoje nos relembra de como Jesus caminhava pela Galiléia; fazendo o bem, curando, expulsando demônios, devolvendo a dignidade das pessoas.
Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores(Is 53.45).O povo estava vivendo um momento peculiar, e maravilhados seguem-no, esperando, quem sabe, outro milagre grandioso. Nunca tinham presenciado tantas maravilhas em Israel.
 As pregações que Jesus fazia e os milagres que Ele realizava não eram para dividir o povo e sim para acolhê-los, pois estavam como ovelhas abandonadas, isto é, sem pastor, perdidas numa multidão de leis e prescrições, sem nenhuma referência para orientá-los.
Valia à pena caminhar atrás de Jesus, seguir seus passos e testemunhar tantas curas, alegrias, e tanta bondade com os mais afligidos e menos favorecidos da época. Hojenos deparamos com tantas pessoas em busca de milagres, de uma religião de milagres, ou até mesmo de uma religião que não comprometa a vida, tornando a Boa Nova apenas uma segunda opção, deixa em nosso coração este mesmo sentimento que brotou no coração de Jesus e o fez expressar em alto e bom tom:
“A colheita é grande e os trabalhadores são poucos”. É notório de que Jesus veio para Evangelizar os pobres, anunciar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista e para por em liberdade os oprimidos”.
            No Evangelho de Lucas (Lc4, 18), Jesus cura-os, não somente restituindo-lhes a vista, a saúde, mas principalmente possibilitando-lhes a reintegração e inclusão na família e também na sociedade, portanto, a cura realizada por Jesus destruía as causas da exclusão.
É impossível acolhermos a Jesus se não acolhermos a proposta do Reino, Ele é amor, e só o conhece quem ama. Jesus teve muito amor para com o povo desorientado e faminto, por isso o saciou visando o bem comum.
Compadece o coração de Jesus ao perceber que ao seu redor existem muitas pessoas que são esquecidas por seus pastores e, por isso, vão buscar quem lhes acolhe e lhes ofereça pão, Amor, alegria, e dignidade.
 Jesus sente compaixão da multidão abandonada por seus pastores que, em primeiro lugar, deveriam cuida-la, oferecer recursoe conduzi-las para viver com dignidade na sociedade, ai sim, seriam verdadeiramente bons pastores, como o Senhor de fato é de seu povo (Cf. Sl 23).
            Velarei sobre as minhas ovelhas, diz o Senhor, chamarei um pastor que os conduza e serei o seu Deus. (Ez 34,11-23 s). A missão de Jesus é reintegrar a pessoa ao convívio na sociedade. Ele não se conforma com exclusões e discriminações. Seus sinais são gestos iluminadores contra todo o tipo de desprezo pelas pessoas. Eu sou o bom pastor.
“O bom pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10,11)”.

(Frei João Andrade, OSJ)

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