quinta-feira, 5 de maio de 2011

A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA HOJE.

A cada dia nos deparamos – família e educadores – com desafios e frustrações cada vez maiores na nossa tarefa de educar. E as dificuldades encontradas são semelhantes em muitos lugares do mundo nesse novo milênio: crianças e jovens preconceituosos, arrogantes, agressivos, insatisfeitos, e geralmente precoces sexualmente, enquanto imaturos emocionalmente.
A pergunta que todos se fazem é: as crianças são vilãs ou vítimas nesta história? São vítimas, é a conclusão mais lógica. E se são vítimas, quem as está vitimando? Quem lhes está doutrinando para serem tão difíceis? A resposta a essa segunda pergunta parece também muito óbvia: é a TV, são os filmes, são os jogos eletrônicos. É a mídia?
Possivelmente seja mesmo a mídia a responsável pelo comportamento quase incontrolável das crianças modernas. E a terceira pergunta que surge aqui é: o que podemos, então, fazer?
Na época em que vivemos, há muito tempo a educação não ocorre apenas na família e na escola.
 Os meios de comunicação têm ampla e fortíssima atuação na educação das crianças, e já que não é possível isolar seus efeitos, é necessário fazer com que essas instâncias educativas – família, escola e mídia – passem a cooperar. Não adianta apenas criticar a influência da mídia na educação das crianças. A cultura popular é, acima de tudo, uma cultura do prazer, e não se pode simplesmente ignorá-la ou eliminá-la de nossas vidas. É necessário que se conheça suas potencialidades e a maneira como atua, de modo a minimizar seus efeitos negativos e otimizar os positivos. Para que isso seja possível, os pais devem procurar conhecer os programas que os filhos assistem, para analisar os valores e as idéias que são veiculados, e tentar formar o espírito crítico e diminuir a passividade diante dos meios de comunicação. Em suma, a família necessita assumir-se como principal responsável pela educação de seus filhos, e devem tomar para si a tarefa de orientá-los para a vida e transmitir-lhes os valores fundamentais. Nenhuma família pode se entregar ao desânimo diante dessa tarefa. A escola, por sua vez, deve abrir mão de sua auto-imagem de retentora única do conhecimento para se transformar em um espaço de interação e trocas, de ensino e aprendizagem em duas vias (professor-aluno e aluno-professor). A escola deve ser um local onde se discute debate e critica, onde se constroem significados e posturas ativas diante do bombardeamento de informações e de ideologia a que todos estamos submetidos.
Cooperativamente, família e escola devem se empenhar em promover valores, atitudes e comportamentos humanistas e espiritualistas, que sirvam como uma alternativa viável ao superficialismo que a cultura popular faz reinar entre nós, e que nós temos comodamente aceito. Segundo Shirley R. Steinberg, co-autora deKinderculture, obra já citada, “devemos utilizar nossa força pessoal e coletiva para transformar a variedade de formas pelas quais o poder das grandes corporações, obtido através de seu acesso à mídia, nos oprime e nos domina” (STEINBERG, 1997).

 Por: Valéria Venturella (com a colaboração de Clotilde P. Grazziotin e Maria Dalila Mallmann)

 Fonte:  http://pt.scribd.com

Um comentário:

  1. Sim, a mídia tem grande parcela de culpa no comportamento desses adolescentes...mas os pais também, afinal de contas vai muito da maneira de educar e permitir tais programações ou tipo de jogos à que eles estão expostos, é claro que não conseguimos proibir tudo, mais conversar e ter uma convivência mais assídua com os filhos conta muito...

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