Meta (Texto retirado dos escritos de São José Marello)
O entusiasmo juvenil, como éter, não pode ser deixado num frasco destampado, pois se evapora e desaparece. Portanto não confunda a vontade passageira e por isso insuficiente, com a vontade permanente e por isso eficaz. Quem é flutuante nas convicções é sempre fraco e incompetente e vice versa. É preciso crer sempre com uniformidade, com lógica e com força. As grandes inteligências de nada servem, são os grandes caráteres que sacodem o mundo...
O tempo do estudo está para terminar e não posso dizer mais nada. Estou trabalhando num programa de trabalhos comuns, neste vou desenvolver com maior profundidade e pormenores as minhas convicções, os meus desejos, as minhas esperanças. Por enquanto fé e fé inabalável, vontade não efêmera, mais perseverante, força de caráter que resista a todas as provações e a toda dificuldade. Mente serena, que se encontre acima de todos os aborrecimentos passageiros, de todos os leves fastídios, de todas as fúteis preocupações, que por fraqueza humana nos possam molestar ao longo da jornada. Uma vez fixada a meta, o mundo que desabe, precisamos olhar para lá e sempre para lá. O homem se transfigura com a vontade, afinal não sentimos dentro de nós mesmos alguma coisa de divino, que apesar dos estorvos da carne nos eleva e nos sublima até ao nosso centro? Não experimentamos em certos momentos de abatimentos moral a possibilidade de ressurgir de repente, pela palavra de um amigo, ou por um ato de generosidade sublime? Recorde o verso de Dante: “Que complacente ao vê-los me exalto”.
Exaltemos nos grandes modelos e operemos.
São José Marello
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