quarta-feira, 20 de julho de 2011

José Pai e Educador


Conhecendo as determinações práticas de sua paternidade, José procurou exercê-lo conforme a realidade em que vivia e segundo as exigências de seu tempo, modelando no Filho a identidade de homem, profeta e missionário. Eis o que o Papa Paulo VI afirma ao refletir sobre a convivência de Jesus com José: “São José é o tipo do evangelho (boa nova) que Jesus, depois de deixar a pequena oficina de Nazaré e ao iniciar sua missão de profeta e de mestre, anunciará como programa para a redenção da humanidade”. E acrescenta que São José é a prova que, para ser bom seguidor de Jesus não é necessário fazer grandes coisas, mas sim cumprir as virtudes comuns, sendo estas verdadeiras e autênticas. A educação que Jesus recebeu de José fundamentou-se no exemplo, na coerência, no esforço do cumprimento da vontade de Deus e na simplicidade, a ponto de tornar-se um modelo a ser imitado. Na adolescência caberia ao pai educar o fi lho nas Sagradas Escrituras, e assim José o fez, conforme se encontra no livro do Êxodo 13, 8 “Naquele dia contarás a teu fi lho... Eis o que o Senhor fez por mim, quando sai do Egito”, ou ainda conforme Dt 8, 7-20 que ressaltará a obediência a lei e ao Senhor Deus. Na sagrada escritura Jesus aumentava seu conhecimento através das prescrições de Deus ao seu povo (conforme no texto citado acima), através de interrogações, explicações e respostas.
 Da mesma forma, “José como um bom Judeu” educou Jesus nas práticas de piedade, onde recitava todos os dias em sua casa as orações próprias das práticas religiosas judaica, como também participava dos cultos na sinagoga. Coube também a José ensinar uma profi ssão ao Filho, conforme a tradição familiar, de geração em geração, neste caso, a carpintaria. Assim José educou o Filho, no lar, no culto, no trabalho e no convívio social. Missão que recebeu de Deus e que desempenhou com todo afeto para com Jesus na obediência aos desígnios divinos; conforme as escrituras e a tradição oral. Agindo em conformidade aos apelos de Deus, feito pelo anuncio do Anjo (Mt1,15), para salvaguardar e proteger o menino e sua mãe, exemplo claro esta na fuga e permanência no Egito (Lc 2,13-22). Na imposição do nome ao Menino (Lc 1,7) José assume seu papel de Pai e educador dando ao Filho descendência na linhagem davidica ( Lc 2,4). Sendo José um homem conhecedor da tradição religiosa circuncida o Menino Jesus, sinal de respeito pela aliança fi rmada com Deus e de que está disposto a educar o Filho na Toráh (Lc 2,21), outra citação que expressa a fé é a da apresentação do Menino no Templo (Lc 2,22ss). José educa Jesus para ser conhecedor da Palavra, mas também para o convívio em sociedade, fato que fi ca que se exemplifi ca na profi ssão que desempenhava e que dela tirava o sustento para a família (2,51).


José Pai e Educador
Frei Edenilson, OSJ

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