sábado, 2 de julho de 2011

SER PADRE É ALMEJAR ALEGRIA DE SERVIR


O Diácono João Andrade Dias, OSJ será ordenado sacerdote. Abaixo, ele nos descreve como o chamado do Senhor foi fundamental, para que ele discernisse sobre o caminho à vida religiosa consagrada e ao sacerdócio ministerial na Congregação dos Oblatos de São José.

Meu nome é João Andrade Dias e sou natural da cidade de Guaraci–PR. O ideal de toda criança adolescente é ser como seu pai, porque vê em suas atitudes a figura de um grande homem.

Mas se por um lado não queria ser exatamente como meu pai, não era por falta de exemplo do mesmo, pois foi um bom pai. Pelo contrário, fui criado em um ambiente muito saudável e muito católico no qual meus pais eram os primeiros a dar exemplo, dobrando os joelhos, para depois ensinar-nos fazer o mesmo, conforme está escrito na Carta aos Efésios 6, 1-3: “Filhinhos obedecei vossos pais, no Senhor, pois isto é de justiça. Honra teu pai e tua mãe – “a fim de que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra”.
Embora meus pais fossem iletrados, foram eles meus primeiros catequistas, ensinando-me a fazer as orações no dia a dia. Meu pai, homem justo e exigente, com o seu jeito peculiar de amar, dava a mim todo o apoio para eu ser um bom filho e cristão. Minha família vivia um espírito, de autêntico mistério da fé por isso em minha mais tenra idade, rezava o terço e participava das missas celebrações e grupo de oração.

Fui um humilde trabalhador da vinha do Senhor no meio da vida rural, junto das lavouras de café, algodão cana de açúcar, manuseio de trator e também como empregado de mercado.
Desde pequeno almejava ser sacerdote, como também policial, motorista de caminhão... mas, certamente, Deus usou destas oportunidades de querer ter uma profissão para lançar o chamado no interior do menino e depois, jovem João: Vem e segue-me. (Mateus 4,19). Por nascer numa família católica, eu pude conhecer as alegrias e grandezas de outra classe de homens: os Sacerdotes e Religiosos.
Estes estados de vida para mim era algo de muito grande, pois havia palpado exemplos muito atraentes de sacerdotes fiéis e santos. Podia conviver com eles frequentemente, sendo essa acolhida tão natural possibilitou-me o conhecimento da vida e ministério de alguns padres diocesanos, e depois do grupo de religiosos sacerdotes dos Oblatos de São José.
No entanto, antes disso, vivia pensando como encontrar o caminho desejado, pois temia – como é normal – uma vida de oração e claustro, renúncias! Tal ideia é comum na cabeça de quem desconhece o que é a vocação sacerdotal. Sentia-me atraído às coisas lícitas de todo jovem: esportes, caminhadas, atividades e pensava ter de me separar delas para seguir o chamado. Como conciliar tudo isso? Eis minha dúvida, solucionada logo que conheci os Padres Diocesanos e depois os Oblatos de São José. Poderia realizar meu grande sonho juntamente com as outras coisas boas que queria.
Como explicar esse chamado? Impossível! Se nem nós que o recebemos somos capazes de entendê-lo! A vocação não é para ser explicada ou entendida e sim respondida com generosidade. Deus chama e espera a resposta, pois Ele, ao nos amar e escolher começa a precisar de nós para a salvação do mundo.
Ser padre é deixar-se seduzir todos os dias e momentos da vida pelo amor infinito de Cristo; é fazer também com que esse amor seja transmitido a outros.
Na leitura orante das Sagradas Escrituras, a Bíblia do nosso dia a dia, encontramos vários exemplos do chamado de Deus para tentar compreendermos as atitudes vocacionais. A primeira delas encontra-se no primeiro livro de Samuel 3,1-8 que trata do chamado do jovem Samuel que, até entender que era o Senhor quem o chamava, se dispôs a estar à serviço de Deus, respondendo: “Fala, Senhor, que teu servo te escuta”!
O exemplo de Samuel nos educa a não fingir, que escutamos a voz de Deus, pois isto seria uma atitude displicente com àquele que nos criou. Viveríamos de atormentados por remorsos. Agora, ter a mesma atitude de Samuel consistiria na maior alegria que o ser humano poderia ter. Assim, encontramos uma primeira atitude do ser do padre, que é viver a dimensão do amor, entrega, e total alegria.
Outro exemplo que encontramos na leitura da Bíblia vem do próprio Filho de Deus: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me” (Lucas 9, 23). Só se pode seguir Jesus se se tomar a próprio cruz, isto é, não tomar a cruz de Jesus “emprestada”. Isto significa que no seguimento de Jesus Cristo as dificuldades serão muitas: ora a família, ora a antiga vida, ora os prazeres do mundo, ora os questionamentos acerca da opção tomada falarão mais alto! Porém, há de se acreditar que Cristo é o amigo que nunca falha, a esperança que não defrauda, a riqueza que não se corrompe e desvaloriza. A cruz carregada ao lado de Cristo é pesada, mas nada mais belo do que o sofrimento levado por amor.
São José Marello, fundador dos Oblatos de São José dizia: Vale a pena empenhar a vida pelo Cristo!
É com estas palavras que dou o meu testemunho vocacional a todos aqueles e aquelas que querem lançar-se sem medo na vocação à vida religiosa ou ao sacerdócio ministerial: E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna (Mateus 19,29).
Como dizia o Beato João Paulo 2º é preciso que abramos as portas à Cristo, sem medo; abramos o nosso coração ao amor de Deus, sendo testemunhas da esperança para aqueles que esperam a salvação!
A todos o meu abraço e a minha bênção.

Por Diácono João Andrade Dias
joaoandradedias@bol.com.br 

Nenhum comentário:

Postar um comentário