quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Qual é a sua Vocação?

São Paulo, no início da Carta aos Efésios, apresentanos o Plano de Deus para a humanidade. Somos escolhidos e chamados por Deus para realizar este Projeto de Amor (cf Ef 1,2-11). Nossa vocação é a de acreditarmos, de verdade, que somos amados e destinados a encontrar a felicidade na comunhão com Deus e entre nós.

Desde toda eternidade, Deus nos criou para participarmos de sua santidade. Em Jesus, seu Filho Unigênito, revela que nos ama como filhos e filhas, perdoa nossos pecados, concede-nos a sua graça e nos associa à obra da redenção, dando-nos, pela fé, o conhecimento de seu projeto missionário. Para isso, reúne-nos na grande família da Igreja e nos envia para proclamar e testemunhar seu Reino de justiça, amor e paz.

Somos chamados para formar a Igreja e atuar na belíssima missão de levar a todos o anúncio da boa Nova e a esperança da vida eterna e feliz.Na força do Espírito, nós somos os mensageiros de seu Reino: esta é a vocação de todos nós cristãos! Permanece, no entanto, para cada discípulo de Cristo, a obrigação de descobrir, pela oração e discernimento, qual o modo melhor de realizar a própria missão, pois Deus quer a nossa felicidade.

Caros líderes, na medida em que abrimos o coração às inspirações do Espírito Santo, vamos progredindo no discernimento e encontrando o nosso lugar no Reino. A descoberta do desígnio sobre nós nasce, ao mesmo tempo, da visão do mundo em que vivemos, de suas angústias e esperanças e também da ação de Cristo em benefício da humanidade. É Jesus Cristo que nos ensina a amar, a ajudar o próximo e a encontrar alegria nesse serviço de amor.

Ao percebermos este apelo interior, vai crescendo em nós a paz e vamos descobrindo o que Deus pede de nós. O amor e o anseio deservir é para todos os cristãos, mas cada um há de realizá-lo de modo pessoal.

Há muitos e muitas que se sentem chamados ao amor conjugal sincero e profundo, e à missão de caminhar juntos pela vida, na doação recíproca e na dedicação familiar. É o caso da maior parte da humanidade.

Há outros que escolhem devotar-se no serviço ao próximo na Igreja e na sociedade, vivendo o batismo e enfrentando os desafios da vida quotidiana sem a experiência conjugal. Para outros surge o chamado especial de consagrar-se totalmente a Deus e ao seu Reino. Esse foi o chamado de Francisco de Assis e Clara e da Madre Teresa de Calcutá.

Cristo quis também que sua solicitude de Bom Pastor perpetuasse o serviço da palavra, a profecia, seu sacrifício e o zelo total aos irmãos, começando dos mais necessitados. Para isso constituiu alguns como pastores do povo.
 
A juventude é tempo precioso para discernir o chamado pessoal de Deus. Qual é a sua vocação? Além da oração, muito há de ajudar o conselho de um diretor espiritual e o apoio da comunidade. O que mais importa é a consolação de responder SIM a Deus com generosidade e alegria, a exemplo de Maria.

Cinco Venenos do cotidiano

O SIM dado a Deus deve ser total, por isso é preciso rever continuamente nosso comportamento frente à missão assumida. Dom Orlando Brandes, bispo de Joinville, nos apresenta cinco comportamentos que enfraquecem o impulso vocacional e que, portanto, devem se banidos do nosso dia-a-dia. O APEGO É a raiz de todo o sofrimento moral, de ciúmes, invejas, agressões. O apego nos torna escravos de coisas e pessoas, roubando-nos a liberdade e a paz.

Pior ainda, o apego é uma dependência emocional servil, que nos deixa angustiados, ansiosos, atemorizados. A única solução está em tomar consciência de nossos apegos e urgentemente abandoná-los.

A ROTINA

Torna a vida, as pessoas e a existência corriqueiras, chatas e molestas. Faz as pessoas perderem o elã vital e viver na mesmice, na superficialidade, na falta de sentido. A rotina , reduz a beleza da vida, acaba em cansaço e quando não em depressão.

O mistério da vida acaba em trivialidade e pessimismo. A rotina corrói a vida como a traça, a ferrugem, o cupim e a cárie. Há muitas maneiras de superação da rotina, como: a oração, o amor no trabalho, a valorização do cotidiano, a gratuidade do agir, a intenção de dar glória a Deus e servir a humanidade em tudo que fazemos. Sem a esperança na glória futura, seremos vítimas da rotina.

A MEDIOCRIDADE

É a falta de empenho, de interesse e de cuidado. Muito parecida com a preguiça e com a indolência, a mediocridade nos coloca no patamar da acomodação, da ética do jeito, da instalação, da meia ciência, da inconsciência. O medíocre diz: As coisas são assim mesmo, deixa como está para ver como vai ficar.

É o aburguesamento, a vida soft e light, o levar tudo com a barriga, sob o comando da alienação, da lei do menor esforço, da facilidade, da brincadeira. Só o sofrimento, a conscientização, um choque emocional, e a graça da conversão podem mudar o ritmo da pessoa medíocre.

AS PREOCUPAÇÕES

Nada trazem de soluções, pelo contrário, aumentam os problemas que são antecipados. É falta de sabedoria e de discernimento deixarse afetar pelas preocupações que tiram o sono, apressam o estresse, precipitam o nervosismo, destroem a paz e o bom senso, acarretando a velhice antes do tempo.

Nosso lema deve ser: Ocupação sim, preocupação não. Evitemos lamentar os problemas e busquemos as soluções cabíveis. Mudar o que pode ser mudado e aceitar o que não pode ser mudado. Libertar-se das preocupações é terapia, é sabedoria.
AS OMISSÕES

É deixar de fazer o bem, fazê-lo pela metade, contentar-se com o mínimo, não usar os dons, as qualidades, as graças, as oportunidades que nos são dadas.

A omissão dos pais, professores, médicos, sacerdotes, políticos..., acarreta uma série de problemas para a sociedade. Os maus são atrevidos, os bons são omissos, eis o drama! Quem prejudica alguém pela omissão tem a obrigação moral de reparar os danos. A educação e a religião podem nos libertar do veneno da omissão.


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