Evangelização da Juventude
A 44ª.Assemblléia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tratou da evangelizacao da
juventude. A questão é fundamental para a Igreja, não apenas no Brasil, mas em
todo mundo. De fato, se a juventude não for evangelizada, haverá uma
interrupção na transmissão da fé e isso teria conseqüências muitos sérias para
o futuro da própria Igreja.
Mas é preciso dizer logo: a falta
de evangelização da juventude não é um problema dos jovens, mas de toda a
Igreja e, talvez, denota a insegurança na fé das gerações adultas. De fato, não
parece verdade que os jovens sejam hoje menos propensos a crer e praticar a fé
do que no passado: eles querem dar um sentido para as próprias vidas e
continuam aderindo a muitas propostas religiosas, ou a substitutivos para a
religião.
Assistimos hoje a uma grande
oferta de opções religiosas para todas as ocasiões, gostos e decisões na vida.
Já não se apela tanto à verdade de uma proposta, mas se insiste nos sentimentos
e emoções e se promete a eficácia imediata das propostas. As novas gerações
defrontam-se com uma grande variedade de possibilidades e caminhos.
Nem sempre seguem a fé dos pais.
Por vezes, os pais ficam inseguros, se vale a pena ou, até mesmo, se é justo
“ensinar” a própria religião aos filhos; há quem diga que isso fere a autonomia
e o direito de livre escolha dos filhos. Para muitos pais, religião não é mais
assunto que se trate com os filhos e até o batismo vai ficando de lado. A
religião é relegada sempre mais para a esfera privada e subjetiva, na qual cada
um faz suas escolhas conforme seus gostos ou conveniências. E, como gostos e
conveniências mudam, assim também a opção religiosa pode mudar. Como se não
houvesse outros dados referenciais para a fé e a conduta moral, que não o
próprio sujeito.
A evangelização da infância e da
juventude não depende tanto de estratégias e métodos complicados, ou de
decisões da autoridade da Igreja. Bem mais simplesmente, ela requer a convicção
e o testemunho de fé das gerações adultas e a alegria de comunicar aquilo que
dá força e esperança à própria vida.
Era assim que se fazia a
transmissão da fé no tempo dos patriarcas e profetas, antes de Cristo: “Uma
idade conta à outra as vossas obras e publica os vossos feitos poderosos; de
vossa imensidade todos falam e exaltam, ó Senhor, vossa justiça” (cf Sl
144[145], 4-7). Os pais narravam as obras de Deus e o exemplo dos patriarcas
aos filhos, aos netos, às jovens gerações, aos estrangeiros... Era um
privilégio, ao qual os adultos não renunciavam: “Tudo o que ouvimos e
aprendemos, aquilo que nos transmitiram nossos pais, não haveremos de ocultar a
nossos filhos, mas à nova geração nós contaremos” (Sl 77[78], 3-4).
Se hoje conservamos a fé
apostólica, é porque ela nos foi transmitida, geração após geração. Já S.Paulo,
a propósito da fé na Eucaristia, fala da força dessa transmissão da fé:
“transmiti-vos aquilo que eu mesmo recebi” (1Cor 11,23). Cada geração recebe o
patrimônio da fé da Igreja, nutre-se dele, alegra-se com ele e enriquece-o com
sua própria vivência e testemunho. Cada época teve seus mártires e santos, seus
grandes teólogos e mestres espirituais, seus pastores e testemunhas da fé, que
confortaram e confirmaram os irmãos na fé.
A evangelização é um processo de
ajuda às pessoas, para elas se encontrarem com Deus através de Jesus Cristo. O
papa Bento XVI, na encíclica Deus é Amor, recorda que a fé cristã é a resposta
humana à experiência pessoal do amor de Deus revelado a nós por Jesus Cristo.
Esse encontro pessoal e vivencial desperta a fé, forma o discípulo e dá ardor
ao missionário. Também os jovens, uma vez evangelizados, serão missionários de
outros jovens. E, um dia, falarão de sua fé aos filhos, aos netos. E o processo
de transmissão da fé continuará. Como sempre foi.
Fonte: CNBB
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