“Conta
o colunista Sidney Harris que, certa ocasião, acompanhava um amigo à banca para
comprar o jornal; seu então cumprimentou com cortesia o dono da banca. Este lhe
respondeu com grosseria e desconsideração. O amigo de Harris, enquanto pegava o
jornal que o outro lhe atirara de má vontade, sorriu e desejou ao vendedor um
bom fim de semana. Quando os amigos retomaram o caminho, o colunista lhe
perguntou:
_
Ele sempre trata você com tanta descortesia?
_Sim,
infelizmente.
_E
você sempre se mostra tão amável com ele?
_Sim.
_E
por que é tão amável com ele, se ele é tão antipático com você?
_Porque
não quero que seja ele a decidir como eu devo agir. ”
(Seja você mesmo, Livro Educar valores
e o valor de Educar; Antonio Pérez Esclarín, Editora Paulus)
A Formação e o descobrimento do jovem
deve ser uma busca continua do mesmo. Seus atos e anseios devem ser um gesto de
suas próprias atitudes e desejos, e não uma satisfação voltada para outras
pessoas, condicionando suas escolhas e fazendo com que isso impacte em sua
forma de pensar e agir.
Viver a sua real personalidade é um
constante dizer “não”, quando muitos ao redor dizem sim ao que supostamente é
certo. A Educação cristã e a abertura para a ação de Deus, através da fé, vêm
como uma proposta a dar um potencial as possibilidades do jovem e fazê-lo
enxergar horizontes melhores.
Dentre todos estes fatos, um aspecto
que o jovem sente muita necessidade é a autoconfiança. A autoconfiança,
diferente do que muitos pensam, não é estar imune a tudo e a todos, esconder e
reprimir todo o sentimento ocasionado pelo o que vem de fora, mas sim, conhecer
e reconhecer aquilo que o jovem “é e como é”.
Este “aquilo que é e como é” do jovem,
é onde o mesmo encontra a imagem que Deus fez dele, e a partir disto é onde
encontra a verdadeira autoconfiança, que não depende da aceitação, elogio ou
criticas dos outros.
A Confiança em Deus e em sua palavra é
algo que possibilita alcançar esta autoconfiança, mas se faz necessária a
abertura por parte dos jovens a esta proposta. A felicidade consiste em querer
ser aquilo que se é. Deus aceita tudo como somos, no entanto não podemos
rejeitar a nós mesmos, neste aspecto é onde se entra a fé como confiança por
parte de Deus, de modo a nos aceitarmos.
Aceitar-se como realmente se é, é algo
que faz parte essencial da juventude. Sem uma auto-estima que se faça
suficiente e equilibrada, as coisas se tornam bem mais difíceis.
Pensando em um todo, os jovens são um
misto de dons, talentos, possibilidades e limitações, precisa-se que esse todo
que é o jovem, seja enxergado pela ótica de Deus, como Deus nos vê, e não como
o mesmo se enxerga, de uma forma turva, ou até mesmo quando damos margem para a
visão que os demais têm sobre o jovem. Um dos principais passos para poder
compreender a vocação e dom que é o ser jovem, é ter em mente que antes mesmo
de sermos chamados a fazer algo a executarmos algo na vida, seja uma carreira
profissional, caminhada vocacional, religiosa ou leiga, somos antes de tudo,
humanos; “Eu sou Fernando, você José; Maria; etc...”, qualquer condição que nos
distancia da condição humana, não é da vontade de Deus.
Deus nos ama como somos, e precisamos
acreditar nesta proposta, e também não condicionar esta proposta como
argumentos para diminuir este amor, colocando como obstáculo em tudo, os erros
do passado, ou os erros que se insiste em continuar praticando. Deus não ama
por merecimento, mas sim por total graça.
“E nós reconhecemos o amor que Deus tem por nós e
acreditamos nesse amor. Deus é amor, quem permanece no amor, permanece em Deus
e Deus permanece nele” 1 JO 4;16 .
Fernando Luiz OSJ
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