19\08 -
ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA AO CÉU
(Dia
dos consagrados\as)
Maria!
Apareceu
em seguida um grande sinal no céu: uma mulher revestida do sol, a lua debaixo
dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas " (Ap
12,1) Esta é a passagem do livro do Apocalipse, que
lemos hoje e que se refere em primeiro lugar à Igreja e, só depois a MARIA.
Ela, escolhida e preparada desde toda a eternidade por Deus para ser mãe de seu Filho Jesus, foi elevada
em corpo e alma à glória do céu (NOSSA SENHORA DA GLÓRIA!) pela escolha de Deus
e não pelos seus méritos. Pura graça! Na mesma liturgia de hoje Maria é chamada de “Mulher” (Ap 12, 1) de Rainha (Salmo 144) de “Bendita entre as m mulheres(Lc 1,42) “Mãe do meu Senhor’ (Lc 1,432) a
pertencente a Cristo(Cfr 1 Cor. 15,23), a “Bem-aventurada
aquela que acreditou”(Lc 1,45) ou simplesmente de Maria. Para nós Maria é sim a virgem imaculada e assunta ao céu,
mas, é sobretudo a mãe de Jesus, a “filha de seu Filho” (Dante Alighieri), a
discípula, a missionária, a mestra de vida, a primeira cristã. Nossa Mãe! O que
queremos mais?
A Palavra (Lc 1,45-56)
Vamos
aprofundar aqui o Magnificat. A primeira
parte, Maria a Missionária (Lc 1,39-45)
em sua visita à prima Isabel irá nos ajudar na vivência da Palavra. Queremos,
agora, entrar na alma e no coração místico e profético de Maria. De fato o
Magnificat é poema, oração e testemunho de fé, entusiasmo e louvor a Deus. E
pensar que nem se trata de um cântico original, pois, é um mosaico de textos do
AT, como vários salmos e, sobretudo, de
I Sam 2, o Cântico de Ana! O original é o coração de Maria apaixonado por
Deus (v. 46-47).
“Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (v. 48).
Isabel
tinha celebrado a fé de Maria (v.45) ela agora profetiza que esta celebração
será para sempre, pois, não se trata da santidade dela, mas, da santidade e
amor de Deus (v. 49). Ela acreditou neste Amor que fez nela maravilhas!
“E sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o
respeitam” (v. 50).
O motivo
das maravilhas é a potência de Seu amor misericordioso. Característica muito
Lucana esta da misericórdia que salva e só pede ao homem de deixar-se amar! E
já estamos vislumbrando um universalismo que vai além do povo judeu. Todos
podem agora cantar este amor!
“Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Ele
derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os
famintos, e despediu os ricos de mãos vazias”(v.
51-53).
É um
suceder-se de ações libertadoras de Deus e de profecias corajosas de Maria.
Quem está cheia de Deus não pode temer nada dos homens!
“Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme
prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para
sempre” (v. 54-55).
Claro,
Israel não está, e nem poderia ser esquecido. Aliás, pode reconhecer-se em
Maria como nela se reconhece toda a Igreja e a humanidade. O AT nas suas
promessas messiânicas se concretiza nesta menina e aqui temos, portanto, uma
junção do AT e do NT e por isso nada melhor que reconhecer louvar, amar, cantar
Deus.
A Palavra ilumina a vida
A Assunção
de Maria.
A Assunção de Maria é dogma de fé
definido pelo Papa Pio XII em 1 de Novembro 1950 com a Carta Apostólica
Munificientissus Deus: Maria foi levada em corpo e alma ao Céu depois de sua
morte. No Oriente, já com os primeiros cristãos, esta solenidade era chamada:
dormitio Mariae= sono de Maria.
As lições de vida desta verdade.
Maria
aponta para a santidade, para o céu, para Deus; “Desde a sua Concepção
Imaculada até sua Assunção, Maria recorda-nos que a beleza do ser humano está
toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa liberdade
está na resposta positiva que lhe damos”
(D A 141). “A festa da Assunção toca a todos nós e indica o luminoso destino
que nos espera. Depois da morte não tem o vazio mas o abraço amoroso de Deus”
(Bento XVI).Coragem gente: já tem o
comité de recepção para nós também que nos espera!
Maria
lembra-nos de que a nossa vida é
peregrinação na fé como foi a vida
dela que não foi prontinha e acabada. “Nós temos
muito que aprender dessa atitude de Maria. Ao olhar para ela, sentimo-nos mais
animados, pois compreendemos que não estamos prontos, que a vida é uma travessia.
Descobrimos também que até as crises de fé são oportunidades de crescimento.
Reconhecemos que somos peregrinos na fé e nos colocamos, com alegria e
humildade, no caminho do Senhor” (Ir. Afonso Murad, Marista). Maria é assim
sinal de consolação e esperança.
O valor da pessoa e
do nosso corpo. A dignidade da pessoa
humana e a grandeza e beleza do nosso corpo são a moldura desta solenidade. A
pessoa é destinada ao Céu e por isso deve ser respeitada e valorizada e não pode receber diminuições
e tratamentos desumanos. E sobre o corpo
lembrar: “Ora vocês não sabem que o seu
corpo é templo do Espírito Santo, que está
em vocês e lhes foi dado por Deus (1 Cor 6,19). O corpo não é um ídolo e
nem um lixo. Maria nos ensina a fazer
dele um dom, um meio de santidade e de amor a Deus. De forma especial é urgente
no mundo e na Igreja valorizar a mulher no seu papel insubstituível, na sua
personalidade humana e espiritual peculiar.
Maria é ícone de toda
vocação
pois ela é jovem, mãe, esposa, mãe do único e eterno sacerdote e é
também totalmente consagrada a Deus. Mas, neste dia do religioso (a) Maria é,
sobretudo, paradigma da vocação religiosa com seu amor total, casto a Deus, sua
obediência à vontade de Deus, e sua pobreza de anawim de Deus e sua vida
voltada para Cristo. E com sua Assunção lembra ao consagrado (a) que sua vida
deve ser sinal escatológico do Reino.
A Palavra nos faz viver...
A primeira parte do Evangelho Lc 1,
39-45 nos faz vibrar e viver o amor a vida cristã missionária com intensidade.
Como Maria e Isabel!
a)
“Apressadamente” (v.39). A pressa de
Maria é cheia de alegria e cheia de Cristo no seu ventre e no seu coração. Para
amar precisamos desta pressa! Amanhã pode ser tarde.
b) “Cumprimentou
Isabel”’ (v. 40). A
acolhida é necessária em nossa pastoral como o “pão”!
c) Dialogar: as duas mulheres se saúdam,
conversam, escutam e... oram! (v. 42 ss)
d) Saber ver o que há de bom e o que há de bem em cada
pessoa: “Bendita entre todas as mulheres”(v. 42). Quem ama sabe ver os outros
com os olhos de Deus e do amor.
e) Alegrar-se. “A criança exultou de alegria no meu seio” (v.44). O amor é portador de alegria profunda divina. Aqui há
o encontro do VT com o NT e o Novo é Vida do mundo.
f) “Maria
ficou com Isabel uns três meses” (v.56). O amor é paciente, sabe esperar,
persevera ama até que for preciso uma pessoa, continua no tempo.
...e orar e testemunhar!
Oração pelos consagrados (as)
“Oh
Maria, Mãe da Igreja, confio a ti toda a vida consagrada, para que tu concedas a plenitude da luz divina: viva na escuta da Palavra de Deus, na
humildade para seguir Jesus teu Filho e nosso Senhor, no acolhimento da visita
do Espírito Santo, na alegria cotidiana do magnificat,para que a Igreja seja
edificada pela santidade de vida desses seus filhos e filhas, no mandamento do Amor. Amém.” (Bento XVI)
Nas
recentes Olimpíadas a etíope Meseret Defar na chegada da final feminina de 5000
m; ganhou a medalha de ouro. Diante das câmeras pôs no rosto e mostrou uma
imagem de N. S do Perpétuo Socorro em um momento de intensa emoção e oração. Parabéns
a ela, e não apenas pela medalha, mas também, pela sua coragem e testemunho!
Bom final de semana para todos\as - Padre
Mário Guinzoni OSJ
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