domingo, 12 de agosto de 2012


19 DOMINGO DO TEMPO COMUM - B

Na vida caminha quem come deste Pão...
(Dia dos pais e semana da Família)
“Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer” (1 Rs19,5) é o que o anjo falou ao profeta Elias. Nós, mais do que ele, temos muito caminho a percorrer para o nosso monte Horeb da santidade. Mas temos o “Pão da Vida” (Jo 6,48) para nos sustentar na longa caminhada e viver desde já “eternamente” (Jo 6,51), ou seja: “viver no amor” (Ef 5,2), “não contristar o Espírito” (Ef 4,30), ser “imitadores de Deus” (Ef 5,1) e “bendizer o Senhor Deus em todo o tempo” (Sl 33) não tanto com as palavras, quanto com a vida. Um programa intenso para viver na vida toda, e, sobretudo, hoje, no coração dos pais e das famílias!

O que diz o Evangelho: Jo 6,41-51
“Os judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus” (v. 41)
A murmuração acontece por trás (como sempre!) e lembra as murmurações do Êxodo (Ex 14,11-12; 15,24; 17,3). A Aliança do Sinai teve sua rejeição e a Nova Aliança também é marcada pela mesma rejeição que levará Jesus a morte.
“Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode então dizer que desceu do céu?”(v. 42)
Como em Lc 4,22 Jesus é chamado filho de José e parece num tom um pouco de desprezo como dizer: “afinal o que Ele pretende ser não é que o filho de José e conhecemos sua mãe e agora pretende dizer que desceu do Céu?” A família de Jesus impede de acolher o que Jesus diz sobre suas origens divinas.
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia” (v. 44).
Mas Jesus não se atemoriza! Continua firme e agora fala do Pai do Céu (v. 44-46). Na ação de Jesus em primeiro lugar opera o Pai e tem sempre em sua missão a iniciativa e o chamado do Pai (Cfr: 5,17; 4,23; I Jo 4,19). Cita até nestes versículos Is 54,13, pois, a vinda de Cristo leva a uma iluminação interior dos discípulos que vão a ele porque escutam sua Palavra. Ser discípulo\a é escutar o Pai e, por tabela, escutar Jesus.
“Em verdade, em verdade vos digo, quem crê, possui a vida eterna” (v. 47)
Literalmente o Amen amen= declaração solene e decisiva. A humanidade recebe a vida somente pela fé em JC e por isso, enquanto doa vida, Jesus é o pão da vida.
“Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá” (v. 49-50).
É bom lembrar que o maná fica sempre de pano de fundo neste discurso de Jesus e dá realce à sua mensagem. Com o maná teve a morte com o Pão da vida tem ao contrário a vida eterna. A comparação é simples, clara e forte.
“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (v. 51).
Jesus mostra claramente de que forma é o Pão da Vida: pela sua carne doada a nós. Carne pela Bíblia é sinal de fragilidade da pessoa humana votada à morte. A carne de Jesus é princípio de comunhão. Lembrar “se fez carne” em Jo 1,14 e Gn 2,23: “É osso dos meus ossos, carne da minha carne”. A origem é comum entre Jesus e a humanidade e se unido a nós Jesus se torna pão, alimento de vida, salvação e amor para o mundo (Mc 14,24; Mt 26,28). Carne e pão são frágeis, mas elos de comunhão e vida.

A Palavra ilumina nossa vida
1)Há como que um fio de luz que une as leituras neste domingo. Como não ver em Elias um reflexo de nossa vida? Cansados pela caminhada, pelas lutas, por insucessos, por fracassos e até pecados, como ele, sentamos e ficamos “desanimados” e já dissemos muitas vezes: “chega” “basta”! Quantos desertos e juníperos em nossa vida já nos viram sentar e quase deixar a peteca cair! Paulo fala mais claro em sua carta, e nos lembra de que acabamos muitas vezes para “contristar o Espírito Santo” (Ef 4,30) com nossos pecados e mesquinharias: “amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias [...] como toda espécie de maldade”
(v. 31). Sentimos-nos impotentes, incapazes, sem forças e sem vontade de lutar como Elias em fuga! Esta é a nossa experiência comum humano-cristã
2) Eis porém.. Sempre há um “porém”, mas, este é “porém” bom. Eis que Elias recebe o toque de Deus que lhe diz: “levanta-te e come” e por duas vezes! (v. 6-7). O esperava uma longa caminhada e por quarenta dias e quarenta noites (= caminhada da fé!). Nosso Horeb nos espera e para nós também há o toque do Deus-Jesus com o seu o pão da vida que dá uma recarga total que vale para a vida eterna que começa já aqui. Receber Jesus na Eucaristia é já possuir esta vida, mas, ainda não completamente. É um penhor, uma garantia e certeza daquela futura. Comer a carne de Jesus é assimilar Jesus em nós sua divindade seu amor, sua vida, ideais de servir Jesus nos pobres, nos pequenos, famintos e injustiçados, pois, queremos pão material e Pão de Vida para todos!
         3) Bem claro, isto não acontece por um toque de mágica e exige nossa contrapartida. E Paulo de novo nos admoesta em Efésios: “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”.(4, 32-5,1-2).Caminhar e amar são sinônimos, e amar é perdoar é ser compassivo, imitador de Deus.. Numa palavra: VIVER NO AMOR! Resume tudo: entrega de oblação perfumada! O amor é o perfume inventado por Deus! Se alguém se habilita a inventar outro perfume melhor, para o mundo, que se apresente!

A Palavra nos ajuda a orar...
Neste domingo o Salmo 33 é muito lindo e nos convida a “provar” Deus, fazer a experiência dele, saborear a suavidade do Senhor. É para orar o salmo com o coração (=dentro) não com os lábios apenas! Coração de hebreu orante. OK? Então experimente você mesmo:

PROVAI E VEDE QUÃO SUAVE É O SENHOR”.

....e a viver o dia dos Pais e a Semana da Família!
a)    Parabéns a todos os PAIS! O convite, para vocês, vem mais uma vez de Paulo: “Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama” (Ef 5,1).  Toda paternidade e amor vêm de Deus! Este é o Ideal que todo Pai deve ter no coração!
b)   Semana da família: A FAMÍLIA: O TRABALHO E FESTA! Espelhar-se na Sagrada Família no Evangelho de hoje: Não é este Jesus o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe?” (Jo 6,42) e perguntar-se como vivemos a espiritualidade em nosso lar, se como pais, somos educadores e catequistas dos filhos e como é vivida  a missionariedade familiar na sociedade e a promoção e defesa da vida. É uma oportunidade para parar um pouco e avaliar a caminhada. Talvez, também sua família tenha ainda “um caminho longo a percorrer”(1 Rs 19,7)! Sem medo: com Jesus, o Pão da Vida se chega lá!

Boa semana para todos\as - Padre Mário Guinzoni OSJ-

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