Continuando nosso itinerário preparatório para a JMJ do Brasil em 2013, vamos entender melhor sua história, afinal, entendo a história é que vamos conseguir vivenciar melhor
os seus frutos no presente.
Sendo assim, começamos a nossa
viagem em Roma, mas precisamente no ano de 1984. Nesse ano o Papa João Paulo II
convida toda Igreja para celebrar o “Jubileu Internacional da Juventude” no
domingo de Ramos. Mais de 300 mil jovens de todo o mundo responderam ao convite
do papa e celebraram nesse dia o seu jubileu, que teve inicio com a Via-Sacra
no Coliseu e em seguida a Missa na Praça de São Pedro.
Na véspera desse evento, o papa
disse aos jovens “que espetáculo magnífico ofereceis, vistos deste palco. Quem
disse que a juventude de hoje não se interessa pelos valores?” E foi com essas
palavras que João Paulo II entregou os mundo um grande símbolo, uma grande cruz
de madeira, que mais tarde se chamaria a Cruz da Jornada Mundial da Juventude,
que nesses tempos, temos a graça de tê-la percorrendo os rincões do Brasil. E é
aqui que começa uma grande “jornada”...
No ano seguinte (1985), as Nações
Unidas declararam o “Ano Internacional da Juventude”. Como a Igreja sempre é
atenta aos apelos do mundo, sentiu-se a necessidade de se organizar um outro
encontra da juventude com o papa, algo que aconteceu no domingo de Ramos do
mesmo ano, com a presença de 250 mil jovens na cidade de Roma. Depois desse
encontro, o sumo pontífice anunciou que as Jornadas Mundiais da Juventude
aconteceriam periodicamente. Assim ele dizia no dia 07 de abril de 1985: “No
domingo passado, encontrei centenas de milhares de jovens, e a imagem festiva
de seu entusiasmo ficou profundamente gravada na minha alma. Meu desejo de
repetir essa experiência maravilhosa nos anos vindouros, e de criar dessa forma
um encontro internacional da juventude no Domingo de Ramos, corresponde à minha
convicção de que os jovens estão diante de uma missão cada vez mais difícil e
fascinante: a de mudar os mecanismos fundamentais que fomentam o egoísmo e a
opressão nas relações entre os Estados e de assentar novas estruturas
orientadas à verdade, à solidariedade e à paz”.
A partir dai, o sonho começou a se
tornar realidade... Assim, a Jornada Mundial da Juventude começou a ser
celebrada de modo oficial no Domingo de Ramos de 1986, ainda em Roma. A partir
de 1987 e posteriormente a cada dois anos, organizou-se a JMJ em algum lugar do
mundo.
Em 1987 os jovens foram convidados para a JMJ
em Buenos Aires, e ali reuniram 1 milhão de participantes que escutaram as
seguinte fala do papa dos jovens: “Repito ante vós o que venho dizendo desde o
primeiro dia do meu pontificado: que vós sois a esperança do Papa, a esperança
da Igreja.”. Dois anos depois (1987), 600 mil jovens foram em peregrinação à
cidade espanhola de Santiago de Compostela, onde João Paulo II perguntou-lhes:
“Por que vieram aqui os jovens dos anos 90, do século 20? Não sentis em vós o
espírito do mundo?”
Cruz peregrina dada por João
Paulo II
Dois anos depois (1991) 1,5 milhões
de jovens reuniram-se no santuário mariano da cidade polonesa de Czestochowa.
Essa foi a primeira vez que os jovens do leste europeu puderam participar da
JMJ sem problemas, uma que já tinha sida derrubado o muro de Berlim. E assim
João Paulo II exortava: “O Velho Continente aposta em vós, jovens da Europa
Oriental e Ocidental, para construir esta ‘casa comum’ que deve contribuir para
um futuro de solidariedade e de paz. (...) Para a prosperidade das gerações
vindouras, é preciso que a nova Europa se baseie no fundamento dos valores
espirituais que constituem o núcleo mais íntimo de sua tradição cultural”.
Seguinte a dinâmica de encontros a
cada dois anos, chegamos em 1993, onde João Paulo II reuniu-se com meio milhão
de jovens na cidade americana de Denver. E o papa assim os exortava: “Não
apagueis a vossa consciência! A consciência é o verdadeiro coração e a parte
sacrossanta da pessoa humana, onde se está somente com Deus... Não tenhais medo
de sair às ruas e de dirigir-vos ao público... Não é hora de ter vergonha do
Evangelho... Não temais abandonar uma vida confortável e acomodada e responder
ao desafio de fazer Cristo conhecido na ‘metrópole’ moderna”.
O maior JMJ de todos os tempos de
deu na cidade filipina de Manila, no ano de 1995. Reuniram-se 4 milhões de
jovens que escutaram do papa a seguinte provocação: “Sois capazes de oferecer
vós mesmos, vossas forças e vossos talentos para o bem dos demais? Sois capazes
de amar? Sim, vós sois. A Igreja e a sociedade podem colocar grandes esperanças
em cada um de vós”.
Em 1997, foi a vez de bela capital
francesa (Paris) acolher quase um milhão de jovens que ali se reuniram. Nesse
encontro muitas coisas bonitas aconteceram: primeiramente, foi a primeira
experiência das conhecidas por nós hoje como as “pré-jornadas”, e
posteriormente o testemunho bonito e a exortação de João Paulo II, que dizia:
“Vosso caminho não termina aqui. O tempo não para no hoje. Saiam às ruas do
mundo, às ruas da humanidade e fiquem unidos à Igreja de Jesus Cristo!"
Chegamos ao ano 2000, ano jubilar,
e consequentemente o Jubileu da Juventude. Em Roma, 2 milhões de jovens
reuniram-se para celebrar e cantar o “Emanuel”, o “Deus conosco, o Deus com a
juventude. E ali, sua santidade motivava os jovens dizendo: “Jovens de todos os
continentes, não tenhais medo de ser os santos do novo milênio! Sede
contemplativos e amantes da oração, coerentes com a vossa fé e generosos no
serviço aos irmãos, membros vivos da Igreja e artífices de paz..”
Em 2002, foi a vez da cidade
canadense de Toronto sediar a JMJ. Mais de 800 mil jovens ali estiveram para a
última jornada do papa dos jovens. Ele mesmo com a saúde muito debilitada, mas
demonstrando um profundo amor, dizia: Vós sois jovens e o Papa é idoso, e ter
82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a
identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações.
Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de
muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me
convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor é tão
grande a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar
no coração dos jovens.”
Em 2005 acontece uma coisa inédita:
é a primeira JMJ preparada por dois papas, um que reuniu-se com meio milhão de
jovens na cidade alemã de Colonia (Bento XVI) e outro que intercedia do céu por
cada jovem ali presente (João Paulo II).
Em 2008 foi a vez de Sidney na
Austrália, receber a JMJ. Essa jornada não foi a maior em presença de jovens,
porém a presença juvenil naquele período encheu a cidade de Sidney da presença
do Espírito Santo, e o rosto jovem da Igreja renovou a Igreja local.
Em 2011, como sabemos foi a vez de
Madrid, Espanha sediar o encontro da juventude da geração de Bento XVI. Mais de
um milhão de jovens ali se reuniram e escutaram a seguinte declaração: : “A
Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens o chamado a serem o
fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé.
Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da
próxima Jornada no Rio de Janeiro”.
É isso aí, chegou a nossa hora, a
hora de escrevermos a nossa história. Como dizia o pensador D. N. Marinotis:
"Quando falamos de história, temos o costume de nos refugiar no passado. É
nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim. Na realidade, é o
inverso: a história começa hoje e continua amanhã."
Por isso, continuemos a escrevê-la,
é a hora da JMJ Tupiniquim, que venha logo 2013!
Até lá.
Frei José Alves de Melo Neto, OSJ
Assessor Pastoral
j_neto85@hotmail.com
Ser jovem e Cristão não é fácil. Tem de ser guerreiro, tem de estar disposto. Mas eu? Eu adoro desafios!
ResponderExcluirPor isso tenho orgulho de dizer: SOU DE CRISTO E AMO A DEUS :)
Obrigado pelo comentário Francieli, se puder divulgue o nosso blog, vamos fazer com que o rosto de Cristo esteja sempre mais próximo do rosto do Jovem !!
ExcluirQue Deus abençoe..