sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Entrevista Com Frei Neto

Prestes a realizar sua profissão perpétua, na qual se declara adesão definitiva ao Projeto do Reino de  Deus,José Alves de Melo Neto (Frei Neto), que hoje mora em São Paulo e cursa teologia, respondeu algumas perguntas sobre a sua vida vocacional e religiosa.

Quando você iniciou sua caminhada vocacional?

Isso eu preciso contar em duas fases. A primeira foi em 1999 no dia 31 de janeiro, quando fui para a cidade de Três Barras do Paraná, aos 13 anos de idade, lá iniciei a caminhada no Seminário Menor Pe. Mário Tésio, cursando a 8ª Série do Ensino Fundamental. A segundafoi o meu retorno no seminário no dia 22 de janeiro de 2005, quando comecei o curso de filosofia no Seminário Maior Dom José Marello em Curitiba, quando eu tinha 20 anos. Por que e como você se sentiu chamado? Porque isso só Deus pode explicar, uma vez que a vocação é um dom de Deus. De fato, muitas vezes me pego perguntando... Por que eu, se têm tantos melhores e mais dignos que eu? Mas como os caminhos de Deus são sempre mistério e Ele chama quem ele quer, estamos aqui. Eu comecei sentir esse chamado aos 11 anos, quando participava dos coroinhas da minha comunidade em Ourinhos, e depois de manifestar o desejo aos meus pais, fui encaminhado pelo pároco da época, Pe. Milton Bim para iniciar o acompanhamento com o
formador do seminário Pe. Ailton. Fiz um ano de acompanhamento e encontros e depois parti para Três Barras do Paraná.

Você saiu uma vez do seminário. O que te fez voltar?

Sim... depois que eu cursei a 8ª Série em Três Barras do Paraná, seguindo o itinerário formativo, fui para Ourinhos iniciar o Ensino Médio. Nesse período vivi muitas crises próprias da minha idade na época, então resolvi sair do Seminário. Era agosto do ano 2000. No período fora do seminário, continuei os estudos, trabalhei, comecei uma faculdade de Marketing. Nesse período também , fui secretário da PJJM quando o assessor era o Pe. Orestes e como o Centro Juvenil estava locado em Ourinhos, estava praticamente todos os dias dentro do seminário. Ali fazia vida com os seminaristas, jogava bola, comia com eles, muitas vezes rezava e passeava com eles. Isso me fez reacender algo que estava quase se apagando... Nesse período também participava de um grupo de jovens chamado "Linda Juventude", no qual me ajudou muito no meu discernimento vocacional. Sendo assim, em meados de 2004 depois de uma conversa muito provocativa com o então pároco da época, Padre Sérgio, resolvi
pensar seriamente na possibilidade de retornar. Nesse período que estive fora do seminário, eu era muito feliz, mas faltava a "cereja do bolo" e foi justamente isso que me fez voltar, a busca da felicidade completa. Larguei faculdade, um bom emprego que tinha na época e voltei, justamente por acreditar que a vida é um ousar sempre.


Quais as maiores dificuldades e as maiores alegrias de aceitar esse chamado?

Olha, as alegrias são sempre maiores que as dificuldades. Claro, que em qualquer lugar que você esteja, que seja fruto de uma opção haverá dificuldades, porém quando damos sentido e significado a tudo aquilo que fazemos, as dificuldades tornam-se "fichinha" perto das alegrias que nos cumulam. A possibilidade de conhecer novas pessoas a cada lugar que passamos, projetos que realizamos que damos certo, isso são só algumas das inúmeras alegrias que vivencio

todos os dias. Você sempre esteve envolvido nas atividades da pastoral juvenil. Foi
uma escolha ou quando você viu já estava envolvido? Desde de antes da minha entrada no seminário eu já participava de grupo de adolescentes e já me envolvia em atividades
que aconteciam em Ourinhos. Mas essa opção ficou madura pra mim depois da minha volta para o seminário, pois pude perceber o quanto que um grupo de jovem pode ajudar a nossa moçada a amadurecer uma decisão e fazer um processo de educação na fé. Por isso hoje o trabalho juvenil, mas de maneira especial os jovens, fazem partede um desenho muito concreto que tenho de projeto de vida. Portanto são opções na minha vida.

Como é seu trabalho na PJJM?

Hoje diretamente atuo na equipe tamprovincial e auxílio o assessor provincial (Pe. Bennelson) naquilo que ele me pede, mas muitas vezes são assessorias, palestras, etc, já que estou terminando minha especialização em Pastoral Juvenil.

Como é pra você realizar os votos?

Na verdade de uma maneira íntima quando eu professei os votos pela primeira vez em 21 de janeiro de 2007 em Cascavel, de uma certa forma já dizia que era para sempre. Porém a Igreja pede, por prudência, que se renove os votos todos os anos até no máximo 09 anos. Sendo assim, chegado o meu período, depois de um discernimento eu manifestei o desejo de seguir para sempre nessa família religiosa dos Oblatos de São José, professando os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência, dizendo que quero viver para sempre esse projeto de radicalidade. Para mim, fazer os votos perpétuos é dar continuidade ao meu processo de seguimento de Jesus, fazendo o melhor de mim, aceitando minhas fragilidades, mas sempre lutando para ser um religioso melhor e poder dar testemunho para as pessoas.

E daqui pra frente? Como será?

Daqui para frente é vivenciar essa alegria que brota de uma opção madura e que se renova todos os dias. Claro que tenho ainda passos a dar na minha formação, como as ordenações de Diácono e Padre, que acontecerão nos próximos anos, com a graça de Deus.

Qual a sua maior motivação?

Minha maior motivação? É acreditar que posso ser melhor sempre! Acreditar que posso ser uma pessoa melhor, e consequentemente um religioso melhor. Meu maior medo é estagnar, não progredir mais como pessoa, como religioso, por isso enquanto puder crescer e se tornar uma pessoa melhor a cada dia, o farei com certeza. Essa é minha motivação!

E qual sua mensagem pra quem ta na dúvida enquanto sua vocação?

Não tenha medo! Seja ousado... A alegria brota de uma decisão radical na nossa vida, e não estamos aqui falando de radicalidade no sentido superficial da palavra, estamos falando em ser PROFUNDO nas nossas decisões. Lancemonos, o restante Deus vai nos ajudando. Só posso dizer que apesar das minhas inúmeras limitações e pecado, sou extremamente feliz na opção que escolhi. E se tiver que escolher novamente, não teria dúvidas de escolher a mesma vocação!

Fonte : Informativo  Rumo a Meta
Rumo à Meta é um informativo mensal do Centro Juvenil Vocacional Josefino-Marelliano, pertencente à Congregação dos Oblatos de São José.
Centro Juvenil Vocacional Josefino-Marelliano
Endereço: Rua Darcírio Egger, 568, Shangri-lá B
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