“Jovens, como o Pai me enviou, assim eu vos envio”.
Convido vocês, jovens, a
refletirmos juntos sobre esta grande certeza de nossa fé: A Ressurreição.
Tomando o texto de Jo. 20, 19-22,
cujo tema é “Jesus ressuscitado está vivo na comunidade”, gostaria de tecer
três pontos.
Vencer o medo
Era o primeiro dia da semana. Ao
anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os
discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou...
Muitas vezes a nossa juventude
peca por omissão; tendo medo de anunciar Jesus ressuscitado, se fecham nos seus
grupos como se fossem detentores únicos da fé. Este medo deve ser a primeira
barreira a ser superada, pois por maior que sejam as justificativas não somos
isolados, não somos ilhas. Por mais que sejamos ameaçados por diversas formas,
a verdade e justiça não podem se reduzir a um grupo.
Assim, quando fazemos a
experiência do encontro, da intimidade com Cristo, não temos medo de
anunciá-lo, de divulgá-lo. O namorado não tem vergonha de apresentar a namorada
aos colegas, mesmo se esta não é simpática a eles, será por quê? Claro, porque
há um amor que o faz superar qualquer vergonha, há uma experiência já vivida de
conhecimento e aproximação e quando a pessoa entra na vida dele, já se perde o
medo.
Um dos maiores medos dos jovens
hoje é o medo de perder. Perder a liberdade, pois, para fazer uma opção por
Ele, deve-se ter em conta alguns quesitos como o proposto para o jovem rico:
Vai, vende tudo o que tem e me siga.
A Confiança
(...) Ficou no meio deles e
disse: “A Paz esteja com vocês”. Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Então, os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor.
Imaginemos que estamos
conversando com os amigos, tristes porque em um acidente de carro estamos com
um dos nossos amigos no hospital correndo risco de morte, e somos surpreendidos
com a notícia que aquele amigo está bem. Então a alegria é irradiada.
Os discípulos passaram por uma
situação semelhante a esta, passaram do medo de ter perdido o grande mestre,
para a confiança de que ele está no meio da comunidade, ressuscitado. Da mesma
forma, o jovem missionário de Jesus, depois de vencer o medo, sempre terá a
confiança que gerará uma alegria contagiante que não conseguirá reter. Com
isso, passamos do medo de perder a liberdade para a confiança de que só n'Ele
realmente temos a liberdade. Deus não nos tira nada, só acrescenta.
A Missão
Jesus disse de novo para eles: “A
Paz esteja com vocês”. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês. Tendo
falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo”.
A relação de amizade entre o
jovem e Jesus deve ser sempre pautada na reciprocidade, pois foi por nós que
Ele demonstrou o amor maior e ainda mais: este amor, Ele quis que estivesse
sempre conosco, seja na Palavra, na Eucaristia ou no irmão menos favorecido.
Portanto, querida juventude, não
tenha medo de abrir o coração para este Deus vivo que sentimos bem forte neste
tempo pascal. Para a entrada dele em nosso coração, é necessário um mínimo de
disposição em acolhê-lo.
Acolhendo vamos, dia após dia,
alimentando esta presença ressuscitada e ressuscitadora. Sabemos em quem
colocamos a nossa confiança, e, com certeza, seremos capazes de anunciar aos
outros jovens não uma fé de palavras, mas uma fé verdadeiramente vivida e
manifestada na solidariedade aos irmãos.
Padre Marcelo Gualberto -
secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé e Juventude
Missionária
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