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Muitas perguntas de nosso íntimo
ficam sem respostas por não termos acesso adequado a informações básicas sobre
elas, o sentido da vida, a verdade proposta, a revelação não conhecida e por
falta de busca sincera de meios de compreensão e de vontade de aceitar o
desafio da verdade. Muitos se baseiam na explicação tendenciosa da pseudo
verdade não coerente com o verdadeiro. A falta de discernimento ou espírito
crítico leva muitos a engolirem veneno como remédio ou alhos como bugalhos.
Hoje está na moda a busca do desejo ou o estímulo dos sentidos como fonte de
sustentação da verdade e do bem. Este, nessa realidade, se torna de felicidade
efêmera ou sem consistência. A busca de valores que realizam o ser humano
superam os desejos instintivos. Exige a aceitação e a procura de bens
imateriais elevados, que o gratificam de forma permanente.
A verdade de Jesus não falseia o
que é bom e realiza o ser humano de modo duradouro. Aliás, Ele avisa que seu
caminho requer renúncia, exercitação na prática do bem, da ética, da verdade,
da justiça e da misericórdia. Ele quis testar o conhecimento dos discípulos
sobre sua pessoa: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Marcos 8,29). Não vale a resposta de terceiros, como os
discípulos já haviam dito. É preciso haver a pessoal. Pedro se adianta aos
companheiros: “Tu és o Messias” (Marcos 29). Reconhecer a verdade sobre a pessoa
de Jesus é fundamental e leva às maiores conseqüências, inclusive à de se dar a
vida para o seguimento do Mestre. De fato, os apóstolos e outros discípulos
fizeram isso. Ainda hoje muitos o realizam. Não se importam em sofrer críticas
maldosas, perseguições, propostas indecorosas, como propinas para não serem
éticos, honestos e justos.
A fé em Jesus não é simplesmente
um dado cultural ou pura manifestação de religiosidade e, até mesmo, o
seguimento de uma religião baseada nos dizeres dele. É assumir a resposta a seu
chamado para ser diferente, ou seja, ser pessoa de palavra, capaz de desenvolver
seus talentos para a prática da cidadania, da verdade, da formação de família
conforme os critérios do Mestre, da política de real serviço ao bem comum, do
uso da religião para construir diálogo. É também valorizar as pessoas,
respeitar as vocações e funções diferenciadas, usar a mídia, com a internet,
para promover causas de bem da comunidade, da Igreja e das pessoas e não para
diminuir e destruir com mentiras ou meias verdades, difamações ou
calúnias, o valor das mesmas. Quem faz
isso, mesmo dizendo-se de grupo de seguidores de Cristo, são excluídos por si
mesmos do grupo dos verdadeiros discípulos, seja de visão de direita, seja de
visão de esquerda. Quem vive a santidade da fé não procura destruir os outros.
Se há defeitos, quem não os tem?!, procura
usar meios da caridade e do diálogo para ajudar o outro a melhorar. A pessoa
que critica defeitos dos outros, será que está isenta do mesmo?
A adesão verdadeira à pessoa do
Mestre se dá com sua resposta afirmativa pela prática do amor. Tiago bem lembra
em sua carta a necessidade de manifestação da fé com a ação dela conseqüente:
“Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas
obras!” (Tiago 2,18).
Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)
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