sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Entrevista com Irmã Victória Gonzalez em ocasião de sua profissão Perpétua



Nascida em Hiuchapan no México, Victória Gonzalez, veio para o Brasil em 2004 em resposta ao chamado para a vida religiosa nas Irmãs Oblatas de São José. Realizada sua profissão perpétua, no dia 22 de julho de 2012 em Barletta na Itália, ela responde algumas perguntas sobre a sua vida vocacional e religiosa.

Quando você iniciou sua caminhada vocacional?
Eu acredito que iniciei desde sempre, só que não sabia que tinha este chamado, ou que fosse uma vocacionada. Sempre estava dentro da igreja e me chamava muito a atenção.

Por que e como você se sentiu chamada?
Mas para frente, eu fui sentindo que queria algo a mais. Primeiro comecei como catequista, depois com o grupo dos jovens. Mas chegou um momento em que já não me estava sentido bem só fazendo isso e queria algo a mais. Então, foi o meu diretor espiritual que descobriu que eu estava necessitando de uma consagração.

Como foi a reação da sua família e amigos?
Os amigos não acreditavam, a minha família gostou da ideia, só não gostaram que eu fosse para tão longe, e ao mesmo tempo diziam que seria como eu quisesse, eles não iriam ser obstáculo no meu caminho, tanto no matrimonio, como na vida de solteira ou na vida de consagração.

Como foi sair de seu país para esta missão?
Nem eu mesma acreditei que viria tão longe, mas era necessário sair para começar a fazer a minha experiência na vida religiosa, e poder assim continuar com o meu caminho de consagração.

Quais as maiores dificuldades e as maiores alegrias de aceitar esse chamado?
Primeiro é o de saber que vou empreender outro caminho totalmente diferente e desconhecido, a adaptação, aprender um outro idioma, e conhecer também uma nova cultura, digamos que outro mundo tanto na parte social como na parte espiritual. A minha maior alegria é de ser escolhida por Deus, de ser chamada por Ele, ainda que não sou merecedora de tão grande chamado, pela minha pequenez.


Como é seu trabalho na PJJM?
Sinto que é um grande desafio, eu gosto, me sinto bem, mas ao mesmo tempo é um grande desafio trabalhar nesta pastoral nos tempos de hoje. Acredito que agora eu estou do outro lado, já não estou mas naquele lado onde era eu que precisava falar, ou ser escutada, mas me sinto como aquela que está para escutar, para ajudar, para ser uma guia espiritual.

Como é a vida de irmã? Quais as atividades que realiza?
A minha vida de irmã é muito divertida, penso que isto vai de cada pessoa e de como você quer viver sua vocação. Não é fácil, mas também não é coisa de outro mundo que não se possa viver. Minha vida é muito simples, confio Naquele que me chamou, e a minhas atividades em casa também são simples. Temos momentos de oração, estudo, trabalho e lazer. Na parte de oração ela é comunitária, assim como também pessoal, o trabalho é comunitário, o lazer também é comunitário, e os meus estudos, estou cursando o segundo ano de teologia na PUC-PR.

O que é profissão perpétua?



Eu entendo como um estado de vida, que me ajuda a viver melhor a minha consagração, não a vejo como proibição, e sim como meios de viver uma consagração em plenitude. Não foi fácil chegar a este momento e de chegar a sentir vontade de não professar, pois você esta consciente que esta resposta é “para Sempre”, e esta palavra “para Sempre”, é aquela que dá medo, e acredito que não é só para mim como consagrada, e sim para todos, que de um modo ou de  outro, tem que dar passos grandes na  vida.

Como é pra você estar realizando a sua profissão perpétua?
Já desde a primeira profissão fui experimentando este caminho de totalidade, mais na medida em que se avança sentese esta necessidade de chegar a esta consagração total. Eu vivo cada dia dizendo sim ao Senhor, como aquele dia que dei o meu sim para sempre. Assim como a flor que tem necessidade de água todos os dias, que tem necessidade de cuidados, assim também é a vocação, tem que ser cuidada, alimentada, protegida, ela é muito sensível e delicada.

E daqui pra frente? Como será?
Eu desejo ser melhor a cada dia, buscando em Jesus Cristo aquilo que é necessário para ser fiel, constante, perseverante, que me leve a uma autêntica espiritualidade e experiência de vida total Nele. Um caminho de santidade no qual estamos todos convidados e que é um direito do ser humano para poder chegar assim a uma realização total, que é o de chegar a ser santo nas coisas simples e humildes.
Qual a sua maior motivação?
Cumprir a vontade de Deus, porque sei que a vontade de Deus sempre vai ser o melhor para mim, e posso ver que a sua vontade é uma coisa muito maior que o que eu possa desejar, Ele é tão generoso, e então posso sonhar muito, posso ter muitos desejos, propósitos mas estes devem estar em  sintonia com o que o Senhor sonha comigo, sei que será uma coisa muito melhor. Sonhos tenho muitos e são os que me motivam a ir para frente.

E qual sua mensagem pra quem está na dúvida enquanto sua vocação?
Buscar e decidir dar um passo a mais, não ter medo, mas buscar não ficar com a dúvida, fazer uma experiência. Agora se têm muitas oportunidades, são muitos os carismas e congregações, isto é, falando da vida religiosa ou consagrada, como também a vida do matrimonio e das outras vocações. Experimentar, não ficar pensando: “ah se tivesse feito, se tivesse falado, eu seria feliz”. É agora, não tenha medo!.

Informativo Rumo à Meta!
Oblatos de São José – “Com o olhar voltado para os jovens do nosso tempo”
Rumo à Meta é um informativo mensal do Centro Juvenil Vocacional Josefino - Marelliano, pertencente à Congregação dos Oblatos de São José.

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