quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A VOCAÇÃO DE MARIA



            Certa vez o Papa João Paulo I, conhecido como o Papa do Sorriso, querendo demonstrar a intensidade do amor de Deus para com a humanidade, disse que Deus é Pai, mas também é mãe!  O profeta Isaías ensina que Deus tem por nós um amor de mãe:  “Ainda que uma mãe pudesse esquecer o filhinho, eu nunca me esqueceria de você (Is 49, 15).
Deus é Pai, ama as pessoas com ternura materna desde toda a eternidade. Até mesmo nos momentos em que esquecemos e até abusamos da liberdade que nos foi concedida Deus envia seu Filho como Salvador.
Maria, mãe de Jesus.
 imagem google.
            O apóstolo Paulo ao falar de Jesus lembra que: “foi igual a nós em tudo, menos no pecado”.  Por nós morreu numa cruz para que assim pudéssemos ter novamente a vida que jamais acabará. Uma vida plena em Cristo! Sua presença é por nós sentida hoje pela Palavra, pela Eucaristia e pela vida de tantas Testemunhas do seu amor. Ele está presente encorajando e trazendo a luz e a força do Espírito Santo ao longo do caminho.
            Para que tudo isso acontecesse houve uma linda história vocacional recordada por todas as gerações de nossa fé. Uma jovem de Nazaré foi chamada para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. E Lucas, o evangelista da infância de Jesus, narra como isto aconteceu (cf. Lc 1,26-38). A resposta dessa jovem de tradição judia, simples e humilde, após o diálogo com o anjo foi de extrema confiança naquele que tudo pode: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).
Pouco sabemos sobre Maria a partir das páginas bíblicas. O Livro sagrado limita-se a dizer que era uma Virgem e se tornou por obra do Espírito a mãe do Salvador.  Esteve presente com Jesus em muitos momentos marcantes com em Caná, na festa de casamento (Jo 2,1-10), e aos pés da cruz (Jo 19,25-27).
            Maria foi a vocacionada coerente e sempre viveu de acordo com aquilo em que acreditava. Permaneceu firme na alegria, na incompreensão e no sofrimento. Soube viver pela Fé na Palavra de Deus e se colocou na condição de serva que se doa até o fim conforme a vontade de Deus.
Maria é hoje reconhecida como Mãe de Jesus, o Filho de Deus; mãe da Igreja, mãe de todos nós, mãe e protetora de todos os cristãos, mãe e modelo de todas as vocações, mãe e medianeira nossa junto ao Pai.
Maria é modelo para todas as mulheres que são mães e esposas, mas também para aquelas e aqueles que se consagram ao serviço do Senhor. Sua adesão à vontade de Deus é nosso caminho de compreensão dos desígnios e mistérios de Deus.
Suas palavras: “Façam tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5) ressoam ainda hoje na Igreja, assembleia de vocacionados (as) seguidores da exemplar mãe e discípula do Mestre.
Para completar passo a palavra ao Pe. Inácio Larrañaga:

Posso imaginar aquela mulher que um dia dissera “façam o que ele lhes disser”, percorrendo agora as comunidades com as mesmas palavras na boca: façam tudo o que ele mandou. Se a Igreja se mantinha incessantemente em oração, não seria pela insistência e o exemplo da Mãe?
Foi um espetáculo único. Viviam unidos tinha tudo em comum. Eram alegres. Nunca usavam adjetivos possessivos:  “meu, teu”. Iam diariamente, e com fervor, ao templo. Gozavam da simpatia de todos. Numa palavra, tinham um só coração e uma só alma. E tudo isso causava uma enorme impressão no povo. Jamais se vira coisa assim.
Quem conseguiu esse espetáculo de harmonia? Não seria a mãe, aquela mulher tão cheia de paz e de equilíbrio? Quantas vezes teria passado pelas comunidades, reiterando-lhes: lembrem-se de como ele lhes repetiu. Amem-se! Lembrem que essa foi sua última vontade. Cumpram o que ele mandou. Amem-se!

Caríssimos (as) leitores! Querem saber a melhor forma de se viver uma vocação? Olhem para Maria! Vivam como Maria! Sejamos Igreja como foi Maria!



Autor: Pe. Marcelo Ocanha, religioso sacerdote Oblato de São José.

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