Certa vez o Papa João Paulo I, conhecido como o Papa do
Sorriso, querendo demonstrar a intensidade do amor de Deus para com a
humanidade, disse que Deus é Pai, mas também é mãe! O profeta Isaías ensina que Deus tem por nós
um amor de mãe: “Ainda que uma mãe
pudesse esquecer o filhinho, eu nunca me esqueceria de você (Is 49, 15).
Deus
é Pai, ama as pessoas com ternura materna desde toda a eternidade. Até mesmo
nos momentos em que esquecemos e até abusamos da liberdade que nos foi concedida
Deus envia seu Filho como Salvador.
Maria, mãe de Jesus. imagem google. |
O apóstolo Paulo ao falar de Jesus lembra que: “foi igual
a nós em tudo, menos no pecado”. Por nós
morreu numa cruz para que assim pudéssemos ter novamente a vida que jamais
acabará. Uma vida plena em Cristo! Sua presença é por nós sentida hoje pela
Palavra, pela Eucaristia e pela vida de tantas Testemunhas do seu amor. Ele
está presente encorajando e trazendo a luz e a força do Espírito Santo ao longo
do caminho.
Para que tudo isso acontecesse houve uma linda história
vocacional recordada por todas as gerações de nossa fé. Uma jovem de Nazaré foi
chamada para ser a mãe de Jesus, o Filho de Deus. E Lucas, o evangelista da
infância de Jesus, narra como isto aconteceu (cf. Lc 1,26-38). A resposta dessa
jovem de tradição judia, simples e humilde, após o diálogo com o anjo foi de
extrema confiança naquele que tudo pode: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se
em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38).
Pouco
sabemos sobre Maria a partir das páginas bíblicas. O Livro sagrado limita-se a
dizer que era uma Virgem e se tornou por obra do Espírito a mãe do Salvador. Esteve presente com Jesus em muitos momentos
marcantes com em Caná, na festa de casamento (Jo 2,1-10), e aos pés da cruz (Jo
19,25-27).
Maria foi a vocacionada coerente e sempre viveu de acordo
com aquilo em que acreditava. Permaneceu firme na alegria, na incompreensão e
no sofrimento. Soube viver pela Fé na Palavra de Deus e se colocou na condição
de serva que se doa até o fim conforme a vontade de Deus.
Maria
é hoje reconhecida como Mãe de Jesus, o Filho de Deus; mãe da Igreja, mãe de
todos nós, mãe e protetora de todos os cristãos, mãe e modelo de todas as
vocações, mãe e medianeira nossa junto ao Pai.
Maria
é modelo para todas as mulheres que são mães e esposas, mas também para aquelas
e aqueles que se consagram ao serviço do Senhor. Sua adesão à vontade de Deus é
nosso caminho de compreensão dos desígnios e mistérios de Deus.
Suas
palavras: “Façam tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5) ressoam ainda hoje na
Igreja, assembleia de vocacionados (as) seguidores da exemplar mãe e discípula
do Mestre.
Para
completar passo a palavra ao Pe. Inácio Larrañaga:
Posso imaginar aquela mulher que um dia
dissera “façam o que ele lhes disser”, percorrendo agora as comunidades com as mesmas
palavras na boca: façam tudo o que ele mandou. Se a Igreja se mantinha
incessantemente em oração, não seria pela insistência e o exemplo da Mãe?
Foi um espetáculo único. Viviam unidos
tinha tudo em comum. Eram alegres. Nunca usavam adjetivos possessivos: “meu, teu”. Iam diariamente, e com fervor, ao
templo. Gozavam da simpatia de todos. Numa palavra, tinham um só coração e uma
só alma. E tudo isso causava uma enorme impressão no povo. Jamais se vira coisa
assim.
Quem conseguiu esse espetáculo de harmonia?
Não seria a mãe, aquela mulher tão cheia de paz e de equilíbrio? Quantas vezes
teria passado pelas comunidades, reiterando-lhes: lembrem-se de como ele lhes
repetiu. Amem-se! Lembrem que essa foi sua última vontade. Cumpram o que ele
mandou. Amem-se!
Caríssimos
(as) leitores! Querem saber a melhor forma de se viver uma vocação? Olhem para
Maria! Vivam como Maria! Sejamos Igreja como foi Maria!
Autor: Pe. Marcelo Ocanha, religioso sacerdote Oblato de São José.
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