segunda-feira, 18 de julho de 2011

São José Marello e os jovens



“Deixem que as crianças venham a mim!” disse Jesus. É nesta linha que o Marello, embora entre as suas diversas atividades pastorais, age e caminha apaixonadamente. Dedica muita parte do seu precioso tempo, doa o seu coração paterno e as suas mais preocupantes atenções para a juventude. Podemos dizer que ele teve uma verdadeira predileção para os jovens. Notamos nele a presença de algumas idéias que, se atuadas, não apenas colocam os problemas da juventude, coisa relativamente fácil, mas propõem uma solução, coisa mais difícil. Precisa lembrar que o Marello na idade de 18-19 anos, atravessou por uma profunda crise de ideais e de fé. Vivendo, naquela idade, em Turim conheceu desta cidade todo o bem que ela tinha e admirou o Cotollengo, Cafasso, Dom Bosco..., mas infelizmente conheceu também todo o mal que a capital da Itália oferecia e conheceu “o demônio da concupiscência que sopra no meio da juventude”. (Carta 10). 

E os “perigos de distanciar-se dos ensinamentos da nossa santa religião” (Carta 61), a ponto de levar a um “ceticismo desolador” (Carta 23). Pois bem, o primeiro pensamento que escreveu em sua carta aos 22 anos, quando o perigo tinha passado e a prova já superada, é justamente este: “Pobre juventude! Como é frágil o naufrágio!” e num outro seu pensamento temos o seguinte: “A juventude é muito abandonada e esquecida; muito deixada sobremodo a própria sorte e ainda muitíssimo caluniada ou, pelo menos duramente julgada em suas leviandades e em sua generosidade mal contida, naquela necessidade de ação mal desenvolvida, de afetos mal orientados, pelos quais, sem culpa total¬mente dela se afasta do caminho reto! Pobre juventude! Rezemos particularmente por ela” (Carta 29). Poderá parecer pouco tudo isto e, talvez, também pouco adequado para os jovens de hoje; contudo é a lei fundamental de toda obra educativa: a lei do amor. Tem algo a mais no jovem Marello: ele propunha valores e ideais de vida aos jovens como ele. A Carta número 5 escrita aos 22 anos, nos revela isto. Nela está delineado “o apostolado por excelência” que consiste no empenho pela “união dos povos, o princípio de associação, a emancipação dos povos, a unidade das raças, a éqüa distribuição das riquezas, a igualdade dos po¬derosos e dos fracos diante da lei fundamental do justo e do honesto ...” (Carta 5). E tudo isto promovendo centros culturais, difundindo livros, organizando “conferências moral- educativas para a juventude”, para formar o “Iaicato cristão” e propondo modelos concretos de vida cristã. Um terceiro elemento que não se pode deixar de mencionar, falando do Marello e os jovens: apontar sobre o empenho pastoral dos próprios jovens, sobre a tenaz vontade deles baseada na força proveniente de Cristo “coeficiente infinito nos nossos corações’ (Carta 11).“Vontade: este o nosso lema; vontade íntegra, firme, eficaz” (Carta 9). Quando ainda era jovem sacerdote assumiu espontaneamente a tarefa de dar a “Doutrina” às crianças e aos jovens do Orfanato de Asti . Com os jovens a sua intenção era concreta: a sua catequese imediata. Quando era jovem secretário do bispo, nas suas visitas pastorais às paróquias da diocese de Asti, acom¬panhava Dom Savio, e os jovens o observavam e diziam entre si “Olha que bonita maneira tem aquele padre: parece um São Luiz! Vamos confessar com ele que será bom”. A atenção e a solicitude do Marello pelos jovens se concretizava nas obras, em estar com eles, em falar com eles, e em ser amigos deles. O Marello, além de educador, foi também formador e mestre de educadores. Compreende-se portanto como os Oblatos de São José tenham dado e continuam dando sempre mais um exemplo sublime e eficaz nas várias atividades educativas. De fato, entre os fins próprios da sua Congregação, o Marello estabelecia: “particularmente os Oblatos de São José se apliquem à educação moral e religiosa dos jovens nas várias atividades sugeridas pelos tempos e pelos lugares”. E sobre esta estrada nenhum obstáculo deve barrar os seus Oblatos: “Trabalhemos, trabalhemos para a formação da juventude. Também o pouco é alguma coisa e barrar o mal já é um grande bem”. O bispo Marello estava convencido que o “sacerdote deve ser também e sempre um educador”. Isto ele ensinava sempre aos seus clérigos e seus Oblatos. Assim o Marello se coloca no âmbito dos grandes e geniais educadores cristãos.


Pe. Severino Dalmaso, osj
Tradução Pe. José Antonio Bertolin, osj

Nenhum comentário:

Postar um comentário