Para se falar de valores é necessário primeiro que se mostre o retrato da família de que estamos falando.
A família é a primeira instituição do ser humano, caracterizada pela união de um homem e uma mulher, e na seqüência a sua prole, ou seja, os filhos, e assim, seguindo a ordem da natureza humana, deve-se permanecer até a maturidade dos filhos, que se desligam daquela família para formar outra família e assim por diante.
No caso da família cristã, que teve a sua base sacramentada por Jesus Cristo através do matrimônio dos pais. Aquela estrutura inicial desde os primórdios dos tempos, ficou fortalecida pela comunhão dos cônjuges através do ato sexual, e sendo assim, os filhos se tornam frutos de uma obra santificadora gerada pelo amor dos pais.
Esta instituição gera para os seus membros algumas obrigações fundamentais que vão de encontro às idéias de família que Jesus implantou para a construção do reino de Deus.
Vejamos:
- Os cônjuges devem se amar mutuamente.
- Os pais devem amar aos filhos indistintamente sem esperar que estes retribuam este amor (com o exemplo dos pais este amor retorna naturalmente).
- O respeito à dignidade deve prevalecer sobre todos os membros da família.
- Todos os membros da família devem fidelidade uns para com os outros (de cônjuge para cônjuge, de pais para os filhos e dos filhos para os pais).
- Os pais devem dar a atenção necessária para seus filhos e os filhos devem obediência para com os pais (mesmo que está idéia pareça retrograda).
Nos dias de hoje parece absurdo falar estas coisas, pois nos parece um retorno à pré-história para que sejam praticadas, porém a família hoje é bombardeada em suas bases a todo instante, quer seja dentro dos nossos próprios lares como fora, por pessoas que se dizem de mentalidade aberta e pregam a liberdade generalizada.
Para que vocês tenham uma idéia, o aparelho de televisão foi criado como instrumento de entretenimento familiar, ou seja, no início das transmissões da televisão a família se reunia na sala para assistir a um determinado programa, onde todos se divertiam e se emocionavam indistintamente. Que maravilha, diziam naquele tempo.
Hoje, dentro de uma residência moderna de classe média, cada integrante da família tem seu próprio aparelho de televisão, onde assistem aos seus programas preferidos em particular. A televisão da sala esta lá, desligada para economizar energia. As grandes redes de televisão de hoje dispõe de três ou quatro canais com tipos diferentes de programação para atender este tipo de espectador, sendo assim, os membros desta família estão desagregados, cada qual cuidando do seu próprio interesse, isto pode até parecer normal, mas não é, pois tira o estímulo da unidade familiar.
Outro assunto inerente a este vilão que assedia as nossas famílias é referente a sua programação.
As emissoras seguem o princípio comercial da audiência, ou seja, tem-se que transmitir o que dá ibope, senão não vira. Assim, desta forma, o que se vê na telinha não é propriamente o exemplo ideal para crianças e adolescentes que não sabem discernir entre o certo e o errado, e também o que devem ou não aprender.
As emissoras voltadas para a qualidade da programação não são aquelas que atraem anunciantes, então o que nossos jovens estão assistindo em horário nobre são programas onde se discutem abertamente sobre sexo, não no sentido cultural, mas sim de forma banal e pejorativa; Uma dançarina de corpo escultural com vestimenta sumária e um paninho cobrindo o rosto; Estórias de amor que insinuam um toque de realidade da vida, onde atores consagrados protagonizam cenas de sexo levemente disfarçadas, de infidelidade, de troca de casais, de violência, com todos morando em casas confortáveis, usando carros de ultimo tipo e assim por diante. Tudo isto dá ibope.
Sendo mostrado com tanto glamour nos faz parecer normal, mas não é.
Os nossos jovens necessitam de conhecimentos que os instruam a amarem as suas esposas e seus esposos, que o casamento é uma benção de Deus, que a infidelidade é um pecado e ainda prejudica o núcleo familiar, que a violência é fruto de uma enorme injustiça social e que a realidade da vida é um pouco mais complicada do que aparenta e, para se conseguir aquele conforto todo é necessário anos de trabalho árduo e honesto, que aquela moça pouco vestida pode até estar ganhando a vida honestamente, mas a maioria das moças que conhecemos só vestiria uma roupa daquelas em um ambiente íntimo e na frente de pessoas da sua confiança. Sexo é algo divino, criado por Deus e deve ser discutido e praticado com dignidade por pessoas adultas, maduras e no meu modo particular de ver, por pessoas casadas que se amam.
Coloque-se desta forma na televisão e espere que se apareçam anunciantes. Você terá que desistir, porque estes anunciantes não aparecerão.
Outro valor que devemos refletir dentro dos nossos lares é aquele que causa polêmica em qualquer discussão: A liberdade.
Liberdade é uma palavra que deve ser escrita em letras garrafais e maiúsculas, porem deve ser interpretada e entendida corretamente para que não sejam ultrapassados os limites de cada um, para que esta liberdade não interfira no direito de outra pessoa.
A determinação de limites não deve significar a perda da liberdade, por exemplo: Uma criança que não conhece limites, cujos pais entendem que tudo ela irá aprender com o tempo. Estes pais, de certa forma, estão programando um indivíduo nocivo a si próprio e para a sociedade e que no futuro sofrerá com incompreensão dos outros, que as suas fronteiras nunca serão suficientes e que também terá grandes dificuldades em separar o ter do poder. Parece lindo uma criancinha fazendo birra ou batendo no rosto do pai ou da mãe, mas não é. Assim, volto a dizer, devemos refletir sobre os valores que nos cercam e permitir que o nosso bom senso filtre as influências negativas que tentam nos impor e também, usar da sabedoria divina escrita nos evangelhos na condução de nossas vidas em família.
José Carlos Spanghero
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