7 anos de pontificado de Bento XVI
Diante de suas limitações, Bento XVI diz confiar plenamente
em Deus
Ao comemorar seu 78º aniversário, o Cardeal Joseph Ratzinger
esperava uma aposentadoria tranqüila, mas três dias depois, no dia 19 de abril
de 2005, ele foi eleito o 264º sucessor de Pedro.
“A única coisa que pensei para explicar a mim mesmo foi:
‘Evidentemente, a vontade de Deus é outra, e para mim começa algo completamente
diferente, uma coisa nova. Mas Ele está comigo”, conta o agora Papa Bento XVI,
no livro-entrevista “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos
Tempos".
Na Praça de São Pedro, fiéis, peregrinos e a imprensa de
todo mundo esperavam pelo anúncio e o primeiro pronunciamento no novo Papa.
Bento XVI então pensou “O que poderia dizer?”. Desde o momento da eleição, ele
só conseguia dizer “Senhor, o que está fazendo comigo? Agora a responsabilidade
é Tua. Deves conduzir-me! Não sou capaz disso. Se me quiseste, agora deves
também ajudar-me”.
De fato, ser o líder da maior Igreja cristã que reúne fiéis
de diferentes etnias, povos e culturas dos quatro cantos da Terra é um grande
dever. Os católicos no mundo são cerca de 1 bilhão e 196 milhões. De acordo com
o Anuário de 2010, um aumento de fiéis em 1,3% (entre 2009 e 2010), e uma
presença global que se mantém estável em torno de 17,5%.
O poder do Papa
Ao completar sete anos de Pontificado, Bento XVI afirma que
esses números mostram quão ampla é a comunidade católica, mas o poder do Papa,
no entanto, não está nesses dados. Por que não? Ele explica que a comunhão com
o Papa é de outro gênero, como também é a pertença à Igreja. Como dizia Santo
Agostinho, muitos que parecem estar dento, estão fora; e muitos que parecem
estar fora, estão dentro. “Em uma questão como a fé e a pertença à Igreja, o
dentro e o fora estão entretecidos misteriosamente”, reforça o Pontífice.
O ex-líder da União Soviética, Josef Stalin, disse que o
Papa não tem divisões militares e não pode intimidar ou impor nada, não possui
sequer uma grande empresa, por assim dizer, na qual todos seus fiéis seriam
seus dependentes ou subalternos. Nesse sentido o Papa seria uma pessoa
absolutamente impotente. Por outro lado, Bento XVI esclarece que ele tem uma
grande responsabilidade, pois é, em certo sentido, o chefe, o representante, e
tem o dever de fazer com que a fé que mantém unidas as pessoas tenha
credibilidade, permaneça viva e continue íntegra em sua identidade.
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