Vocação Religiosa
A Vocação Religiosa é um dom para a Igreja e um sinal para o
mundo. Os religiosos são consagrados a Deus para servi-lo e para servir os
irmãos e irmãs. Este serviço se dá através de um jeito próprio, ou seja, de
acordo com o Carisma de cada Congregação religiosa e de cada membro da mesma
como um dom, como um modo próprio de ser e agir. Esse dom dado pelo Espírito
torna a pessoa apta a realizar determinada missão.
O jovem vocacionado ingressa em uma família religiosa
conforme o carisma pessoal e de acordo com o Carisma da Instituição que ele
escolhe para uma missão específica.
Os Religiosos são homens e mulheres que ouviram um dia o
chamado de Deus para colocarem suas
vidas a serviço, em total entrega a Deus e aos irmãos e irmãs. São chamados a
deixarem tudo: casa, família, propriedade, bens, e livremente ingressam numa
Congregação ou Ordem religiosa. Professam os Votos de pobreza, castidade e
obediência.
Pobreza aqui quer ter o significado de capacidade de
desprendimento de si mesmo, não ter nada
de próprio, para que, livre dos bens materiais, na liberdade interior, possa
ter Deus como o Tudo, único bem, o Absoluto de sua vida.
Castidade é, além da renúncia livre do matrimônio, ser capaz
de ofertar seu coração e todo o seu ser a Deus, numa abertura de amor mais
ampla, livre, um amor oblativo, a Deus e nele, a todas as pessoas, numa entrega
amorosa na missão que assume como projeto de Deus para sua vida.
Obediência: Busca constante da vontade de Deus, para melhor
servir. A obediência a Deus passa por mediações: A Igreja, a Congregação
religiosa na pessoa dos superiores e à fraternidade.
Ela se dá através de um íntimo relacionamento com Deus, na
abertura e confronto aberto, maduro e sincero entre os membros.
A Origem da Vida Consagrada
O Fundamento da Vida Consagrada é Jesus Cristo. Ele que
sendo de condição divina não quis viver segundo a glória que tinha, mas se
esvaziou, veio a este mundo, tornando-se um de nós, e em atitude de humildade
se entregou até à morte e morte de Cruz (cf fil 2, 1-11s). É Ele próprio quem faz apelo para o seu
seguimento: “Jesus subiu ao monte e
chamou os que Ele quis escolher e foram até Ele” ( Mc3,13); Constituiu o grupo
dos doze para que ficassem com Ele... e os enviou a pregar, com poder de
expulsar os demônios e realizar a mesma missão que Ele realizava.
Além do apelo aos discípulos e aos doze, lança convite ao
jovem rico, e como condição da vida em perfeição manda deixar tudo, vender os
bens e dar aos pobres, isso seriam as condições para o seguimento. E Fala de
alguns que renunciam à vida conjugal e abraçam o celibato por causa do Reino de
Deus (Mt 19, 12 a 21).
Também São Paulo Apóstolo fala que escolheu viver sem casar
para facilitar a missão (1cor 7, 7)
Nos primeiros tempos do Cristianismo temos o testemunho de
homens e mulheres que viviam sem casa em vida de oração e serviço a Deus e aos
pobres, bem como o testemunho dos mártires e das virgens que escolhiam morrer
preservando a virgindade.
A Vida Religiosa surge
como sua primeira forma, no séc
III e IV com os Monges do Deserto que
buscam viver em oração,silêncio, penitência, jejum e trabalho (Santo Antão, São
Basílio, São Pacômio), Mais tarde, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento. No
Séc.XII e XIII São Francisco de Assis e São Domingos, chamadas Ordem dos
Mendicantes e a Ordem Feminina, com Santa Clara de Assis.
Assim a Vida Consagrada se expandiu sempre mais através das
Congregações Religiosas de Vida contemplativa e ativa. Hoje a ela é chamada a viver sempre mais comprometida com
o profetismo, no anúncio, na denúncia, na renuncia e no testemunho, assumindo a
fidelidade dinâmica e criativa que lhe é própria, vivendo a radicalidade do
batismo, dentro dela mesma, na Igreja, na sociedade através de sua opção
preferencial, audaciosa e atualizada pelos empobrecidos e excluídos da
sociedade,vivendo a missão de Jesus, sendo sinal para o mundo, anunciando o
Reino de Deus. Por sua natureza ela é profética e sempre é chamada a
radicalizar seu jeito de viver e anunciar o Evangelho com seu próprio jeito de
ser.
É Jesus a sua força, seu sustento, seu alento, sua luz; por
isso o Consagrado busca na palavra de Deus, na oração contínua e na Eucaristia
o vigor e as graças necessárias para continuar servindo a Deus e aos irmãos e
irmãs com alegria, coragem e esperança
Por Irmã Eva Maria Nunes
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