sexta-feira, 13 de julho de 2012

Espiritualidade do Seguimento


Ao lermos esse titulo podemos até pensar em uma nova forma de espiritualidade, uma nova Cristologia, porém, não se trata de nada disso e sim de uma apresentação de Jesus como pessoa, testemunho de vida, o primeiro e maior evangelizador. Contudo principalmente em nosso mundo pós-moderno, não se pode resumir em apenas apresentar uma “nova” (diferente) doutrina. O grande “papel de parede” é, sem duvida, o seguimento de Jesus. 
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Seguir Jesus sempre requer um processo de discernimento, no entanto nesta sociedade pluralista atual, não é tão simples discernir qual o caminho mais fiel do seguimento é preciso "navegar “o oceano da fé” e um grande ato de coragem para lançar-se a caminho, é como dizia Antônio Machado: “caminante no hay caminho, se hace al andar” (caminhante não tem caminho, se faz ao andar). Assim é o seguimento de Jesus, só conhece quem O segue!
Certamente o texto de Paulo as romanos que diz: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual” (Rm 12,1) tem muito a ver com a espiritualidade do seguimento, ou seja, apresenta uma nova forma de seguimento, mas não uma nova Cristologia. Já sabemos que A.C as “oferendas” tinha todo um ritual (conforme nos apresenta o livro do Levítico), mas que sempre eram animais que se sacrificavam e Paulo agora vêm pedir para sacrificar O animal racional, ou seja, que os romanos (e também nós) sacrificam o próprio corpo, assim nos convida a entregar todo nosso corpo, mesmo com nossas fragilidades, limitações, mas que nos deixamos ser modelados pelo O Senhor conforme diz Jr 18, 6. Lógico que essa oferta do nosso próprio corpo é de uma forma totalmente diferente daquela antiga. O que importa é que sejamos realmente aquilo que o próprio apóstolo Paulo diz que somos “templo do Espirito Santo”. E para continuarmos sendo esse “templo do Espirito Santo” é preciso que a cada dia “caminhamos no seguimento de Cristo” e para segui-O é preciso simplesmente agir conforme Jesus nos propõe em Mc 8, 34; “quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo tome sua cruz e siga-me”! 
Em vista a esse versículo iniciando por Santo Antão muitos deixaram suas casas, pais, etc. Tudo para seguir Cristo de uma forma mais radical, viver a radicalidade do batismo. Essa é uma das virtudes que a Vida Religiosa Consagrada oferece a todos também deste mundo pós-moderno, mas que busca intensamente viver a castidade. Porque castidade é a presença máxima do amor verdadeiro. A vivência da radicalidade do batismo busca ser neste mundo sinal do que acreditamos viver na escatologia, ou seja, buscamos ser presença do “novo Cristo consagrado”. Daquele Jesus que tem um coração indiviso para amar totalmente o Pai e em amor ao Pai ama toda a humanidade e vai ao encontro principalmente dos mais necessitados. Mas que nem sempre tem sucessos sua missão. Muitas das vezes é rejeitado, zombado, totalmente banido da sociedade, contudo Ele não desiste sabe da sua missão e sabe que Ele é totalmente do Pai, então, não pode desistir. Mas que também sabe que precisa de mais evangelizadores e por isso chamam em primeiro os doze e envia-os para que vá ao encontro dos necessitados e também para que chamem mais para ser evangelizadores. Assim também os religiosos (as) buscam continuarem essa missão dada pelo próprio Cristo. Dessa maneira vivemos a espiritualidade do seguimento que é apresentar um “novo Jesus” com fragilidades, limitações, mas que ajudam o mundo a caminhar em rumo ao reino e mesmo com todas as dificuldades da época, é com dizia nosso pai fundador São José Marello: “quando a meta é fixa, abala-se o mundo, o céu vem abaixo, é preciso olhar lá, sempre para lá”. 
Portanto, é preciso ir além das nossas falsas mediações filosóficas que nos fecha à busca das essências, pois, a fé é dinâmica e processual. “Creio senhor, mas aumentai a minha fé”. A cada dia devemos buscar algo novo que aproxima da nossa meta que é o próprio Cristo. Ele sacia nossa sede, mas primeiro devemos sentir sede d’Ele. Precisamos viver na humildade de rezar constantemente pedindo que o senhor aumente a nossa fé. Para que possamos acreditar que Ele continua chamando muitos para Vida Consagrada e não só acreditar, mas também ouvir esse chamado e, na fé e no amor a Jesus, lançar-se ao caminho seguindo Cristo na vocação que Ele proporcionar.    
















Autor: Noviço Marco Antonio Urcino da Costa
Noviciado Padre José Calvi
Congregação dos Oblatos de São José


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