XXV
º DOMINGO DO TEMPO COMUM -B
“Servidor de todos” (Mc 9,35)
A liturgia deste Domingo nos
convida a caminhar com Jesus pelas estradas da Galileia, e a frequentar uma
universidade “itinerante” com este professor de exceção que ministra lições de vida muito profundas=
“lectio magistralis”. Só que precisamos fazer “as tarefas de casa”, para
sermos, de verdade, bons estudantes.
Prá começo de conversa: quais são os nossos papos
normais de todos os dias? Bem, falamos do tempo, de esporte, de amenidades, quando
não de coisas inúteis ou até negativas, mas quem sabe, quase nunca enfrentamos
assuntos sérios e decisivos para a vida. Os apóstolos também “discutiam pelo caminho” (v. 34) de
coisas não muito edificantes e até muito terra – terra e bem humanas: quem era
o maior entre eles! Coisas estas que desde sempre tomaram conta da humanidade
até os nossos dias; incham o orgulho e esvaziam o coração!
O Evangelho em “quadrinhos” (Mc 9,30-37)
Primeiro “quadrinho”
Jesus
e os seus apóstolos encontram-se na Galiléia, mas, Ele queria que ninguém o
soubesse, porque, sem perder tempo, pela segunda vez (a primeira foi domingo
passado, lembra?) instruiu os discípulos sobre sua paixão e morte (v. 30-31).
Segundo “quadrinho”
Nenhuma pergunta ou explicação por
parte dos doze! Parece
que tinham até medo de perguntar! Não entenderam a lição, ou estavam um tanto
assustados, ou, quem sabe, estavam numa outra “onda” e não estavam nem aí! Tudo
indica que fosse isso mesmo a julgar da preocupação deles (v. 32.34)! Domingo
passado era Pedro que não tinha acolhido este discurso, hoje é o inteiro grupo
dos doze que vai até remando contra!
Terceiro
“quadrinho”
“Em
casa”, ou seja, em Cafarnaum, Jesus “sentou”(v. 35;eis o Mestre em ação!) chamou
para perto de si os discípulos e fez ecoar um grito que ressoa até hoje:
“Se alguém quer ser o primeiro, seja último
de todos, o servo de todos” (v.35).
Quarto “quadrinho”
E
para ilustrar, Jesus dá um exemplo claro como a luz do sol. O que Ele faz? a) Toma uma criança; b) a coloca no meio;
c) a abraça; d) a oferece como paradigma de serviço e humildade e afirma com
clareza que acolher um pequeno é acolher a Ele e a quem o enviou (v.36-37).
Tá claro,
não é, senhores consagrados\as, padres, leigos\as, bispos....povo de Deus?
Nossa realidade
Meus
amigos (as), nós não precisamos de muita reflexão. Também dentro de nós, hoje,
tem um conflito tremendo: por um lado queremos seguir Jesus e até temos
vontade, por outro lado, somo “prisioneiros” de nossos esquemas mentais, dos
esquemas da sociedade que frequentamos e até dos esquemas “pastorais” que nos
impedem de aceitar o serviço, o ser pequeno. Exatamente como os doze de
outrora!
a)A sociedade está
fundamentada na competição e desde a
infância, fomos ensinados a ser sempre: os mais bonitos, os melhores, a enricar
de qualquer jeito, a ter razão sempre, a passar por cima de todos e a acolher a
“lei de Gerson”: ter vantagem em tudo e vencer, vencer, vencer sempre a todo
custo! Nem se fossemos times de futebol!
b) A família, no lugar
de ser uma comunidade de amor, partilha e serviço torna-se muitas vezes terra
de ninguém: divisões, ciúmes, separações, brigas e outras tantas maravilhas! Quando
estas coisas acontecem todos perdem e de forma especial os filhos.
c)
A comunidade (Igreja, trabalho, escola, política...) é muitas vezes o lugar da
escalada de “posições de vanguarda e prestígio”, de dinheiro, para alcançar o
poder e, quem sabe, ganhar os “galões de capitão” de não sei o que. (Isto, na
Igreja, vale para leigos, para o clero e para os consagrados\as!)
Convite a viver
O texto propõe A OUSADIA E FÉ e algumas atitudes básicas.
Ser o servidor de todos
Esta é a única forma de se tornar grande. Paradoxo ou não, é a
lógica de Jesus, Evangelho vivo! Tentemos
imaginar o bem que podemos fazer simplesmente com o nosso exemplo de coerência
cristã, ou espalhando pequenos gestos de amor para com “os menores” (Mt 25,40),
como uma acolhida bem feita, um gesto de atenção. Ou observemos o que acontece
quando simplesmente fazemos com competência e amor pequenas coisas na família,
num escritório público, numa escola, fábrica, paróquia... Também dar uma mão,
numa comunidade carente, numa pastoral, realizar um voluntariado é, com
certeza, servir quando tudo é realizado
com amor, quando o Espírito respira em nós.
Acolher: o estilo de ser criança.
Acolher dentro de nós: = um pouco mais de
humildade, de se tornar dom para os outros, de oblatividade, de confiança e
abandono em Deus, sem muitos mas e se...
Acolher ao nosso redor= relacionamentos humanos
mais decentes, mais ricos de humanidade, solidariedade, atenção aos “pequenos” que
vivem ao nosso redor como pessoas de rua, as pessoas que sofrem, desempregados,
idosos... O amor é hoje!
Acolher a Sabedoria do Alto
(=de Deus, do Evangelho). Ela é “pura,
depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos,
sem parcialidade e sem fingimento” (Tg 3,17). Em contraposição a sabedoria
humana é descrita na mesma segunda leitura (3,16. 4,1-3)! Amigos\as precisamos
acolher, e muito, a Sabedoria, neste momento eleitoral do Brasil, e discernir
bem sem interesses pessoais: é um ato de caridade concreto! (Conheça a campanha “VOTO CONSCIENTE - ELEIÇÕES 2012”
da CNBB em www.cnbb.org.br).
O que o texto nos faz dizer a
Jesus
Sugerimos
neste domingo:
a) o
Salmo 53, responsorial: “É o Senhor que sustenta
a minha vida”;
b) e esta
“humilde” oração:
Liberta-me Senhor:
do
desejo de ser estimado, do desejo des ser amado, do desejo de ser procurado, do
desejo de ser honrado,do desejo de ser louvado, do desejo de ser preferido, do desejo de ser consultado, do
desejo de ser aprovado; do medo de ser humiliado, do medo de ser desprezado,do
medo de ser rejeitado, do medo de ser caluniado,do medo de ser esquecido, do
medo de ser ridicularizado, do medo de ser abandonado. Amen! (Autoria
desconhecida)
E um bom domingo amigos(as)! Pe. Mario Guinzoni OSJ
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