sábado, 6 de outubro de 2012


XXVIIº Domingo - Tempo Comum - Ano B

Outubro: mês missionário

O grito missionário deste ano é “Brasil missionário partilha tua fé”. Está em sintonia com o 3º Congresso Missionário Nacional celebrado em Palmas (TO) 12 - 15 de julho 2012 e o 4º Congresso Missionário Americano que também é o 9º Congresso Missionário Latino Americano (CAM 4/Comla 9) que se realizarão em Maracaibo, Venezuela, em 2013, com o tema “América Missionária partilha a tua fé”.
Neste primeiro domingo de Outubro a liturgia nos apresenta como “areópago” missionário a família, que mesmo passando por muitos problemas, continua sendo uma solução para o mundo e a Igreja,  conforme saiu da mente e coração de Cristo, o Verbo Encarnado.

O que diz o Evangelho:  Mc 10,2-16
Esta perícope do cap. décimo de Marcos toca dois assuntos:
a) o pensamento de Jesus sobre o matrimônio; b) o estilo comunitário de Jesus.
a)     O Matrimônio no pensamento de Jesus =o projeto original de Deus! (v. 2-12)
Os discípulos, no Evangelho de Marcos, tinham na sua frente a sociedade permissiva por um lado dos fariseus, por outro lado dos Romanos. De fato, o Dt 24,1-3  – que faz  parte da Torah de Moisés- permitia o Matrimônio até para “salvaguardar a mulher”.  Pode parecer estranho, mas, é verdade! De fato, com um documento de divórcio nas mãos, a mulher se tornava livre, não seria considerada adúltera e, portanto, não podia ser apedrejada! Isto dizia a Torah de Moisés.  No tempo de Jesus tinham duas escolas rabínicas: a de HILLEL, mais liberal segundo a qual o marido podia deixar a mulher por qualquer motivo e a outra de SHAMMAI que era mais rígida. Eis o motivo da pergunta que fizeram a Jesus: era uma verdadeira arapuca. Ele responde com três  argumentos:

a)Moisés permitiu o divorcio por causa da “dureza do coração” (= dificuldade em aceitar o projeto de Deus); b) precisa  retornar ao projeto inicial (primeira leitura Gn 2,18-24) que mostra o projeto original de Deus onde homem e mulher formam uma unidade indissolúvel; corporal, espiritual e psicológico- humana. E com clareza Jesus afirma uma verdade indiscutível:
“O que Deus uniu o homem não separe”(v.9)
c) “Em casa” aos discípulos acrescenta uma terceira verdade: não tem divorcio na mente de Deus. Repudiar uma mulher e casar com outra é adultério. E isto vale também para a mulher. Este último ponto existia na cultura romana e quem sabe a origem romana do Evangelho, pois, os judeus nem previam a possibilidade do divorcio da mulher em relação ao homem.


b)     O segredo da vida em comunidade: “ser como crianças”. (v. 13-16)
Amigos, as crianças são as maiores vítimas quando a família se desintegra! As crianças, bem como os pobres, eram pessoas indefesas e nem tinham valor diante da lei. Os discípulos, filhos desta cultura, procuravam afastar as crianças de Jesus que nem devia perder tempo com que não contava nada! A reação de Jesus é muito forte. É a única vez em Marcos que encontramos a palavra  “indignado- irritado” e impede isto e depois afirma “Em verdade vos digo, quem não acolhe o Reino como uma criança não entrará nele”. Como dizer que o requisito básico, o critério de Jesus para difundir o Reino e entrar nele e viver em comunidade era este.
Meditando a Palavra
A palavra de hoje nos mostra o jeito de  viver na “comunidade – família” e também em outras formas de comunidades pastorais e humanas como escola paróquia e até a VR, com uma  terapia especial, pois, nossa vida deve mesmo curar as feridas produzidas por vírus destruidores contra a família como   divórcios, abortos, separações, adultérios, situações bioéticas contrária à vida, e falsidade, ódio, vida dupla, falta de diálogo, orgulho, dureza de coração, indiferença afastamento de Deus contra a verdadeira vida comunitária.  Bem vejamos então de encontrar algumas pistas e não receitas.
A) Matrimônio: Indissolubilidade -  fidelidade.
O Evangelho nos apresenta a indissolubilidade que na cabeça de alguns parece ser só uma lei jurídica. Precisamos anunciar então com coragem o Evangelho da fidelidade vivida na fragilidade no cotidiano para o homem a mulher. O matrimônio se apoia em algumas balizas: comunidade de pessoas, santuário da vida, célula da sociedade, Igreja doméstica, caminho de santidade. O Projeto de Deus é aquele de ir para frente na confiança Nele como  um dever ser e fidelidade é conquista que requer perdão, misericórdia,  recomeçar sempre e voltar ao princípio ao início do amor como apoio nos momentos de fragilidade. No centro do matrimônio está o amor e a misericórdia, certeza que  a vida é dádiva de Deus, que homem e mulher gozam  da mesma dignidade diante de Deus e que a indissolubilidade- fidelidade não é uma corda no pescoço, mas, é o coração do matrimônio que é uma fusão de alma, corpo espírito e sentimentos. Esta é a ousadia da fé!
B)Coração de criança.
Ver Jesus que acolhe as crianças e as abençoa é já um fato extraordinário para um Rabi do seu tempo, mas o ensinamento que “quem não acolhe o Reino como uma criança não entrará nele” (v. 16) é uma verdadeira novidade. Se isto acontecesse nas famílias, na Igreja, na política, no comércio, nas relações humanas, na escola seria tudo diferente! Se depois, com a palavra criança entendemos também os pobres e excluídos temos aqui outra mensagem de Jesus revolucionária.
Viver a Palavra
a)Ser como crianças: sem sede de poder, riquezas, sem seguranças humanas, sem complicações de relacionamentos, sem fechamentos, sem mentalidade fechada, mas com alegria e serenidade interior.  Ver tudo ao nosso redor com os olhos de Deus, sem malícia. Tente viver como  S. Teresinha, padroeira das missões, S, Francisco, S. Teresa de Ávila (três gigantes deste mês entre outros) a “pequena via” do  Amor,a humildade para anunciar o Reino que começa dentro de nós. Isto é educar o coração!
b)Respeitar as crianças e pobres, excluídos e cada pessoa que passa ao nosso lado  como irmãos. Isto não é poesia, mas, é o convite da segunda leitura de hoje! (Heb. 2,11)
c)Nem precisa dizer, mas, comprometa-se como cristão \ã a ser sempre a favor da vida  e nunca admita o aborto em nenhuma circunstância. Nenhuma!
d) Hoje você tem a chance de votar, usar sua cidadania para salvaguardar os valores da família e da vida!  Você é missionário também com o voto!
e)Prova a viver o que o nosso grande profeta brasileiro diz para tua vida de família e para vida cotidiana:

“As pessoas são para você um peso? Não carrega- as nas costas, carrega-as no coração”.
(Dom Helder Câmara).

Cantinho da oração
a)Um convite, não só para os casais, a orar o salmo 127- responsorial.
 b)Apoiar-se em Deus (Conselho de São Francesco a   Santa Clara)
Não apoiar-te no homem: deve morrer.
Não apoiar-te na árvore: deve secar.
Não apoiar-te no muro: deve cair.
Apoia-te em Deus, Deus somente. Ele sempre permanece

Um bom final de semana para todos\as Pe.  Mario Guinzoni OSJ

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