Semear
esperança!
Amigos\as,
estamos no final do ano litúrgico. Acorda povo: próximo domingo, dia 25 é solenidade
de Cristo Rei! Já deu para perceber? E como todo ano a liturgia, na sua reta
final, vem nos alertar, com imagens bem vivas e fortes, sobre a vinda de Jesus
no fim dos tempos. É a Parusia,
palavra grega que quer dizer vinda, presença gloriosa e definitiva de Jesus. É que antigamente usava-se o termo
“parusia” para se descrever a chegada de
um rei ou imperador numa cidade. E Jesus é o verdadeiro Rei, e Ele vem! Como
ramos “verdes da figueira”, na parábola de Jesus (Mc 13,28), somos convidados a
semear esperança, a perscrutar sinais de vida, a perceber o “fim” (=finalidade) da vida e da
história que caminha para Deus. Não há
espaço para o medo, mas, para a meditação, para abrir o coração e viver
intensamente o hoje que Deus
nos oferece.
O Texto de Marcos 13,24-32
Primeira parte v. 24-27
a) Este trecho, uma catequese do gênero apocalíptico, usa figuras
que podem amedrontar, mas, de forma nenhuma é um texto terrificante, pois, todo
texto apocalíptico é grávido de esperança, de vida nova de frêmito de novidade.
A novidade- verdade do texto é o triunfo
final do Filho do Homem.
b) A esperança é
o como pano de fundo de toda a perícope. É como se Marcos dissesse: vejam, a
queda de Jerusalém (cfr.Mc 13, 1-8) (70
D. C), as perseguições em Roma não são a última palavra do mal. Estas são “ a grande tribulação” (v. 24), mas Jesus
não acabar com o mundo!
c) O Filho do homem vai, em primeiro lugar, julgar quem se opõe ao
projeto de Deus (v. 26) e em segundo lugar vai
reunir os eleitos dos quatro cantos da terra (v. 27).
d) Há muitas referências bíblicas implícitas a começar da primeira
leitura de hoje: Dn 12, 1-3. Os sinais
cósmicos que antecederão esta vinda fazem referência a textos do Antigo
Testamento: Is 13, 10; Am. 8,9; Joel 2,10; 3,1-5; Is 34,4; Ag. 2, 6.21. A lista
desses sinais é uma maneira de dizer que toda a criação participará da vinda
final do Filho do Homem. A descrição da sua chegada, rodeado das nuvens, é
tirada do livro de Daniel 7,13-14, e o reunir-se dos eleitos do povo por parte
de Deus se encontra em Dt 30,3-5; Is 11, 11.16; 27,12 etc.
Segunda parte: v. 28-32.
Claro que a comunidade de Marcos (mas, creio que todos nós também), a esta altura pergunta: ‘quando
vai acontecer isto?’ Pois bem o Evangelho vai “responder” a esta pergunta, implícita, com uma parábola (vv. 28-29), a da
figueira para dizer: olhe já está acontecendo não percebem os sinais? Só que ao
mesmo tempo deixa a suspense e fica tudo no ar sobre o “dia e a hora” (v. 32) que somente o Pai conhece. Mas, Jesus dá uma
garantia e tanto: “as minhas palavras não
passarão”! (v.31).
A mensagem
Não precisamos nos apavorar com a lua e estrelas que caem com os abalos das
forças do céu, como muitos se apavoraram
no tempo em que foi escrito o texto,(depois dos anos 70 d. C) quando se acreditava
que a derrocada do Templo pelas legiões romanas era o fim do mundo. Este jeito
de falar com simbolismos é para nos dizer que o Reino a ser instaurado, será
algo de completamente novo e bonito. Marcos não faz uma reportagem, mas,
uma catequese!
A intenção de Jesus era para alertar que o momento de sua morte
estava próximo e, por isso, o céu veio abaixo e o templo se rasgou! E o
texto é alerta para nós, que sim,vivemos
hoje também num mundo de desesperança,
de perda de ideais que caem, de falta de ânimo e fé por parte de muitos, mas, o
texto, nos convida, como discípulos \as à uma atitude positiva que nos
leva a um engajamento maior para a construção do Reino entre nós e a vigiar para não sermos engolidos pela
sociedade consumista e hedonista que se baseia em princípios contrários aos do
Reino de Deus; assim, o nosso nome poderá
estar escrito “no livro“ e “brilhar
como as estrelas” ( primeira leitura- Dn 12, 1. 3).
Eis então a sabedoria deste
domingo:
Reflita: não é o fim do mundo, mas o fim de um mundo,
aquele que não é de Deus!
Se trata de descobrir o “fim” (finalidade) do mundo que a Cruz e Ressurreição de
Cristo já desvendou!
Sabemos que o mundo passa que
nós passamos, mas só “as minhas
palavras não passarão” (v. 31).
Não percamos tempo, mas, vivamos o HOJE e vivamos cada dia como fosse o último.. ou o
primeiro! Isto é estar em “clima de Parusia” contínua.
Não interessa saber o dia.. datas...É mera curiosidade que não
serve. Só serve o amor! Sem amor aí
sim é o fim do mundo e de tudo!
È um convite à alegria grávida de esperança: esperar de ser felizes e ser felizes de esperar!
Viver e orar
a)Esta semana ore com o
coração todos os dias o Salmo responsorial 15- “Deus em ti me refugio”.
b)Viva em ritmo de vigilância e
amor esta semana:= esperar, lutar com amor,
com coragem, não desanimar nas dificuldades desta vida e perseverar; não
confiar em nossas seguranças, riquezas, pois, estas sim passam.
c)Descubra a vinda de Jesus (Parusia) hoje:


Bom Domingo e boa semana. Pe. Mário Guinzoni O. S. J
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