“Venha a nós
o vosso Reino”. Dia do leigo\a
Gente
boa o ano litúrgico termina e com esta festa ‘estranha’ de um rei acorrentado e
com coroa de espinhos!! Falar de rei, hoje, parece ser um pouco anacrônico,
pois, os reis não tem mais muita importância e até parece que, pouco por vez, vão
desaparecer do cenário político internacional ou acabam tendo um papel
secundário. Mas, então, isto quer dizer, que a nossa Liturgia caminha na
contramão da história? Não! Jesus é um Rei bem diferente, sem poderes humanos e
é sempre moderno e atual. Seu Reino abarca toda a humanidade e o mundo todo, e
seu Poder é Amor e Serviço, Perdão e Justiça. Não manda, mas, ama. E hoje nos convida a
fazer parte deste Reino e desta história. De forma especial você leigo e leiga.
Hoje é o teu dia! Topa esta parada?
O que diz o
Evangelho: João 18, 33- 37
A cena acontece dentro do palácio, no “pretório” de Pilatos (v.33). O
sentido “dentro e fora’ tem um grande significado
teológico. Jesus estava “dentro e fora” ao mesmo tempo, pois, Ele vive o
projeto do Pai, para o mundo! Pilatos, ao
contrário, não estava nem dentro nem fora, mas em cima do muro. Tinha medo de
perder sua cadeira onde estava bem sentado!
“És tu o rei dos judeus?” (v 33). Pilatos se encontra pessoalmente com Jesus
e lhe faz esta pergunta que está nos 4 Evangelhos (Mt 27,11;Mc15,2;Lc 23,3).
João, na sua sequência, traz cenas como: a) tentativa de libertação de Jesus
(18,39); b) a coroa de espinhos (19,2-3); e a apresentação de Jesus coroado
(19,5). Todas elas para demonstrar que Jesus era de verdade rei.
“Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?” (v. 34) Jesus não se
atemoriza diante de Pilatos. È o estilo de João, aquele de apresentar, na paixão, um Cristo
que sofre, mas, que é dono da situação e age com ‘categoria’ como nesta
pergunta ousada a Pilatos que é como que
fascinado por Cristo.
“Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a
mim. Que fizeste?” (v.35). Mas, mesmo fascinado, Pilatos é homem prático e militar e não quer
entrar em questões religiosas. Volta ao assunto como dizer: ‘afinal qual é o
seu crime?’
“O meu Reino” (v. 36). Jesus afirma claramente que:
a) é Rei; b) não deste mundo c) que não
tem exércitos. Mas, de tudo isto, o senhor Pilatos não deve ter entendido muita
coisa!
“Então tu és Rei ?” (v. 37). Pilatos, -
que, todavia, não era bobo nem nada- captou claramente que Jesus tinha sim
aceitado o título de rei, mas, não aquele dos judeus. Para ele era algo
diferente e nem tinha possibilidade de
entender.
“Tu o dizes” (v. 37). Jesus oferece a Pilatos a
salvação falando de sua missão que é verdade, cumprimento do projeto e desejo
do Pai. Mas Pilatos apenas queria salvar a sua pele e sabemos como tudo
terminou.
O
que a Palavra fala para nós.
a)“Os títulos de Jesus!”
No Evangelho de hoje, Jesus está sendo
interrogado e incriminado, mas, ele se define: “Rei, e Testemunha
da verdade” (v. 37). A segunda
leitura (Ap.1,5-8) apresenta Jesus como “Alfa e o Omega, [...] aquele que é, que
era e que vem, o Dominador”
(v. 8); e a visão noturna de Daniel (a primeira leitura 7. 13-14)
apresenta um “filho do homem” (v. 13) que
vem sobre as nuvens, com o “império a
glória e realeza” (v. 14) que nunca
será destruída. Por fim o salmo responsorial 92 diz que “Deus se vestiu de majestade, poder e esplendor” (Refrão).Todos
estes títulos não deixam dúvidas sobra a realeza de Cristo na Bíblia.
b)Mas
que Rei é Jesus e que Reino é o seu?
Ø Seja
o AT como o NT falam de um Messias Rei e
de um Reino de santidade e de paz. Os textos
seriam inúmeros. Já no o AT Deus era o Rei do povo, e o NT Jesus adotou esta
palavra REINO como sua mensagem central e os Evangelhos apresentam a dinâmica
do Reino que se instaura no serviço, no perdão e nas rupturas com o mundo
(sempre Jo 18,36) e na confiança, na fé, no amor ao próximo, no esforço
contínuo, no discernimento, no testemunho...
Ø Numa
leitura superficial e “afobada” do Evangelho de hoje, chega-se à conclusão que o
Reino de Jesus é para o além, para um futuro bem longínquo. Mas basta
olhar ao nosso redor e perceber que o
Reino foi e está presente entre nós. Claro,
não é “deste” mundo que está
aí, feito pelo homem, =domínio, egoísmo, desamor, mas, é “do mundo” que Jesus queria e sonhava: amor, dom, serviço
como únicos parâmetros para todas as
escolhas da vida!
c)Sujar as mãos pelo Reino e por Cristo
Rei.
Este Rei nos faz “sujar as mãos” com a realidade
humana como a comida para todos, trabalho, escola, dignidade, liberdade,
respeito pela pessoa humana em todas as suas mais diversas formas e situações,
do ventre materno ao seu fim natural, sabendo que já está atuando, mas, no silêncio, na semente, no fermento,
no escondimento, e, portanto, ainda
não está plenamente visível e realizado! Este já e ainda não
é o tempo que vivemos tempo da Igreja e da nossa história onde nos é dado de
completar, construir edificar, e amar.
E
esta missão é sobretudo dos leigos\ as.
Orar
e viver: “Cristo o coração do mundo”
§ “Venha
a nós o vosso Reino”: esta oração pode nos acompanhar nesta última semana
do Ano Litúrgico como refrão nos lábios e na vida concreta!
§ Uma
frase muito linda reza: “fazer de Cristo o coração do mundo”, ou seja,
fazer de Jesus o centro da história, de tudo, inclusive de minha vida! É já a
explosão do Reino!
§ Nesta
semana, onde você vive: leve o Reino no mundo e o mundo ao Reino!
“Buscai primeiro
o reino de Deus”(Mt 6,33)
Pense: qual
atitude do Reino de Jesus que mais falta em sua vida? Serviço? Desapego? Fazer
da vida um dom? Acolhida? Entrega?...Testemunho, Fé, Solidariedade?
Faça desta
última semana do ano litúrgico um momento especial de revisão e de vida
nova. Afinal domingo próximo já
estaremos no novo ano.. litúrgico com o Advento! Vamos acorda povo!
BOA SEMANA PARA TODOS E TODAS- PADRE
MÁRIO GUINZONI OSJ
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