google imagens/ São José homem justo e bondoso |
No decorrer da sua vida,
que foi uma peregrinação na fé, José, como Maria, permaneceu fiel até ao fim ao
chamamento de Deus. A vida de Maria foi o cumprimento até às últimas
conseqüências daquele primeiro fiat (faça-se) pronunciado no momento da
Anunciação; ao passo que José - como já foi dito - não proferiu palavra alguma,
quando da sua “anunciação”: “fez como o anjo do Senhor lhe ordenara” (Mt
1,24). E este primeiro “fez” tornou-se o princípio da “caminhada de José”. Ao
longo desta caminhada, os Evangelhos não registram palavra alguma que ele tenha
dito. Mas esse silêncio de José tem uma especial eloqüência: graças a tal
atitude, pode captar-se perfeitamente a verdade contida no juízo que dele nos
dá o Evangelho: o “justo”.
Papa
João Paulo II – Redemptoris Custo 17.
Dom Murilo S.R. Krieger,
Arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil, apresenta São José como um homem
justo, e explica o sentido bíblico deste qualificativo atribuído a São José e
destaca que “o homem justo reconhece ser um privilégio, uma graça especial, um
gesto de misericórdia da parte de Deus poder amá-lo e dedicar-lhe a própria
vida”. Vejamos:
Se
juntarmos, como se fôssemos montar um quebra-cabeças, o que os Evangelhos nos
dizem de São José, concluiremos apressadamente que nos faltam peças e que o
quadro que surge está incompleto. Será mesmo?
José é de
família real, descendente de Davi. É esposo de Maria. Sua paternidade e seu
casamento foram na ordem da adoção. Velou sobre a família de Nazaré, dando-lhe
o calor de seu amor e o pão, fruto de seu trabalho. Depois que Jesus completou
doze anos, desapareceu de cena. O último testemunho que temos a seu respeito
foi por ocasião do encontro do Menino Jesus entre os doutores, no Templo de
Jerusalém. Antecipando-se a qualquer observação de José e num desabafo bem
materno, Maria perguntou a Jesus: “Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai
e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição.” (Lc 2,48). Depois disso,
silêncio. Nada sabemos a respeito de sua morte. Já a respeito de sua vida e de
seu caráter, a Bíblia é muito clara: “José… que era um homem justo…” (Mt 1,19).
Para a
Palavra de Deus, justo é um homem de boa conduta, que procura descobrir e
praticar a vontade de Deus; é alguém reto diante do Senhor, humilde e
obediente, alguém que observa integralmente os preceitos divinos e que conduz
sua vida segundo a Lei do Senhor; é um amigo de Deus. O homem justo reconhece
ser um privilégio, uma graça especial, um gesto de misericórdia da parte de
Deus poder amá-lo e dedicar-lhe a própria vida.
Para
compreender melhor o papel de São José na História da Salvação, deveremos ter
resposta para duas perguntas:
1ª) Como
José olhou para Maria? Quem nos ajuda nessa resposta é o evangelista Mateus,
que afirma: “antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do
Espírito Santo. José… não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente”
(Mt 1,18-19). Esse evangelista dá a José um lugar de destaque no relato do
nascimento de Jesus. Apresenta-o como um homem temente a Deus que, cheio de
dúvidas em seu coração, quer separar-se de Maria. O próprio Deus revela-lhe em
sonho o que está ocorrendo, indicando-lhe a tarefa de pai adotivo. Assim, ao
menos legalmente, Jesus nascerá da família de Davi, da qual descende José.
José vê
Maria como a mulher do mistério – melhor, a mulher que carrega o mistério.
Dissera-lhe o enviado de Deus: “José, filho de Davi, não temas receber Maria
por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo” (Mt 1,20). Não
há dúvida: ela traz o Messias; é Mãe do Messias. A Mãe do Messias é,
legalmente, sua esposa. Ele, José, é responsável por ela; por ela e pelo Menino
que está para nascer. Que responsabilidade!
2ª) Como
José olhou para Jesus? Em Belém, estava ao lado do Menino quando os pastores
chegaram. Levou-o, com Maria, ao Templo de Jerusalém, após seu nascimento.
Lucas escreverá mais tarde que Simeão acolheu o Menino em seus braços e “o pai
e a mãe estavam maravilhados com o que se dizia dele” (Lc 2,33). Foi o
responsável pela viagem de Jesus e Maria para o Egito, fugindo da perseguição
de Herodes. Que perguntas devem ter inundado seu coração diante das ameaças de
Herodes e da responsabilidade que pesava sobre seus ombros! Quando Jesus tinha
doze anos o levou ao Templo e, nessa ocasião, como já vimos, experimentou a
aflição pela perda do Menino durante três dias. Convivendo com Jesus, fez uma
profunda experiência de fé: aquela criança que pegava nos braços; que comia o
pão, fruto do que ganhava como carpinteiro; aquele Menino que “crescia em
estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52), era o Filho
de Deus, o Messias, o Salvador. Mas estava ali, dependendo de seu trabalho, de
sua proteção e de seu carinho. Diariamente fazia a experiência do mistério.
Por tudo
o que São José significou para Jesus, por sua fidelidade e por seu senso de
responsabilidade, compreende-se que a Igreja tenha desejado colocar-se sob sua
proteção: é padroeiro da Igreja (Pio IX, 08.12.1870). Porque ele é o padroeiro
de nossa grande família, pedimos: “São José, rogai por nós!”
Reflexão e Partilha
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sobre conceito de Justo atribuído a São José e destacado por Dom Murilo:
Para a
Palavra de Deus, justo é um homem de boa conduta, que procura descobrir e
praticar a vontade de Deus; é alguém reto diante do Senhor, humilde e
obediente, alguém que observa integralmente os preceitos divinos e que conduz
sua vida segundo a Lei do Senhor; é um amigo de Deus. O homem justo reconhece
ser um privilégio, uma graça especial, um gesto de misericórdia da parte de
Deus poder amá-lo e dedicar-lhe a própria vida.
Compromisso do Mês
Exercitar-se na
prática de agradecer a Deus pelo seu gesto de misericórdia em permitir amá-lo e dedicar-lhe a própria vida
Fonte: Sementes Josefinas. Dez/2012.
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