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“Os dogmas são
como placas que indicam o caminho de nossa fé. Foram criados para nos ajudar a
mantermos o caminho rumo do Santuário vivo, que é Jesus” (CNBB, Com Maria, Rumo
ao Novo Milênio. P.81).
O
dogma da Imaculada Conceição nos ensina que, em Maria, começa o
processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela “é toda de Deus,
protótipo do que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de
Deus. Se nela Deus pôde realizar seu projeto, poderá realizá-lo em nós também”
(Dom Murilo S.R. Krieger, bispo e escritor mariano).
Imaculada
Conceição de Maria significa que ela foi preservada do pecado original
desde o primeiro instante de sua existência. Nascendo na sociedade
palestinense, pequeno país do Oriente Médio, Nossa Senhora teve como pais São
Joaquim e Santa Ana. Ela foi concebida sem a mancha do pecado original.
A Maternidade
Divina de Maria é a base e origem de sua Imaculada Conceição. A razão de
Maria ser preservada do pecado original reside em suavocação: ser Mãe de Jesus
Cristo, o Filho de Deus que assumiu a nossa natureza humana para nos salvar.
Esse privilégio constitui um serviço à salvação do gênero humano.
O
senso comum dos fiéis sempre acreditou na imunidade de Maria do pecado
original. A reflexão teológica da Igreja foi aprofundando, aos poucos, essa
crença do povo de Deus. Os escritos cristãos do século II testemunhavam a
idéia, concebendo Maria como nova Eva, ao lado de Jesus, o novo Adão, na luta
contra o mal. O Protoevangelho de Tiago, obra apócrifa antiga, narrava que
Nossa Senhora é diferente dos outros seres humanos.
O
debate entre os teólogos atravessou os séculos, tendo opositores e defensores
da doutrina da Imaculada Conceição. Coube a Duns Scott (1266-1308),
teólogo franciscano, avançar no debate teológico, argumentando que Maria foi
preservada do pecado original em previsão dos méritos de Jesus Cristo.
Dizia ele: “Convinha que Deus fizesse a exceção; podia fazê-la; portanto, a
fez!”. Deus concedeu a Maria o privilégio especial, fazendo-a participar da
redenção de Jesus de forma antecipada e preventiva.
Aos
8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX, na Bula “Ineffabilis Deus”, definiu
oficialmente o dogma da Imaculada Conceição. O Papa declarou a “doutrina que
sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua Conceição,
por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de
Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda a mancha
de pecado original”.
Ainda
que de maneira implícita, a Igreja encontrou, na Bíblia, os fundamentos dessa
doutrina. São Lucas diz que Maria é “cheia de graça” (Lc 1,28), significando
que ela está plena do favor de Deus, da graça divina. Se está totalmente
possuída por Deus, não há, em sua vida e coração, lugar para o pecado.
Em
Lc 1,31 encontramos a expressão “conceberás em teu seio”. Maria tornou-se, em
grau vivo e pleno, o que eram a tenda do Senhor no deserto e o Santo dos Santos
no Templo de Jerusalém. Maria veio a ser também, em termos excelentes, aquilo
que era a cidade de Jerusalém, o monte Sião do Santo de Israel (Ex 37,23.27).
Mais importante do que qualquer santuário inerte é o santuário vivo de Maria.
Em conseqüência, Maria devia ser totalmente pura, isenta de qualquer mancha do
pecado.
Em
Gn 3,15, lemos: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre tua descendência e a
dela. Essa te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. A fé cristã
interpreta que a mulher é Maria, enquanto a serpente é o demônio, o mal. Maria
e seu descendente, Jesus Cristo, são inimigos do demônio. Por ser mãe do
Salvador, Nossa Senhora não poderia ficar sob o poder do demônio, mesmo por um
breve momento que fosse. O próprio Filho de Deus não poderia nascer de uma mulher
sujeita ao mal, ao pecado. Portanto, Maria devia ficar imune ao pecado
original.
google imagens/Maria Mãe da Igreja |
A Imaculada
Conceição de Maria manifesta a nós a face do homem redimido. Os próprios
bispos reconhecem que essa verdade “apresenta-nos em Maria o rosto do homem
novo redimido por Cristo, no qual Deus recria ainda mais admiravelmente o
projeto do paraíso” (Puebla, 298). Nós necessitamos da redenção de Jesus
Cristo. Em Nossa Senhora já resplandece a realização perfeita dessa força
redentora.
Maria
é toda santa. É toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser. “É fonte
de santidade para a Igreja: também nós, à medida que crescemos na santidade,
santificamos a Igreja. Sua missão a une a nós: precisamos de Cristo para a
salvação; Maria é quem nos deu Cristo, o Salvador. Em Maria e em nós atua a
mesma graça: se Deus pôde realizar nela seu projeto, também poderá realizá-lo
em nós, desde que colaboremos com sua graça, como ela o fez. Maria é a criatura
humana em seu estado melhor”(Dom Murilo S.R. Krieger, bispo e escritor mariano).
Salve
a Virgem Imaculada!
Autor: Eduardo
Lopes Caridade
congregado
mariano
Fonte:
Bisinoto, Pe. Eugênio; Para conhecer e amar Nossa Senhora, 4ª Edição, Editora
Santuário, Aparecida-SP, 2005
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