Ontem celebramos o Natal de
Jesus, o Salvador, hoje, celebramos o natal para a eternidade do discípulo
Estevão, um dos 7 diáconos da Igreja de Jerusalém(Cfr. Primeira leitura At
6,8-10;7,54-59).
Natal, sabemos, tem uma estrita ligação com a Páscoa e forma uma única realidade e mistério de fé. Por isso falar de martírio, de cruz, de perseguição, não destoa com o tempo litúrgico de Natal. Aliás! Por isso que o Evangelho, no dia depois do Natal, promete aos apóstolos o martírio com a coragem do ES com a promessa que “quem perseverar até o fim será salvo” (v.22)
O martírio de Estevão, relatado em Atos, tem vários pontos em comum com a Paixão de Jesus. Fica evidente que a comunidade de Atos via assim, no martírio de Estevão, como que uma extensão do martírio do Mestre, e em Estevão, todos os discípulos\as, são como que chamados\as a passar pela cruz, pelo sofrimento e perseguição.
Não diferente foi com o primeiro discípulo José de Nazaré, colocado no início do Evangelho de Mateus, como ícone do discipulado cristão, (como Lucas coloca Maria, a primeira discípula.) A vida de José foi um longo sim, recheado de silêncio, de serviço, de lutas e até perseguições políticas. José nos ensina que se não formos mártires (como foi Estevão) devemos ser como ele mesmo foi, mártires do cotidiano, da família, do amor a Jesus e a Maria, do trabalho... Então, fazer da vida um dom de cada dia, uma gota de sangue, que se transforma em amor. Mártir (= testemunha) do sangue do amor: martírio de perseverança.
Exemplo de perseverança foi também S. José Marello de quem hoje celebramos dois s natais: vida e batismo (coisa rara isso). A vida dele, que foi intensa e durou apenas 51 anos, poderia ser resumida nestes pontos de sua espiritualidade:
agora começo; seguindo Jesus no modelo José no escondimento, na abertura à Providência, na união contínua em Deus, sendo extraordinário nas coisas simples do dia-dia, vivendo o silêncio, a vontade de Deus como homem de oração e trabalho, para fazer os interesses de Jesus.
Estevão, José, Marello: três caminhos diferentes de martírio de amor como Jesus!
Padre Mário Guinzoni OSJ
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