quarta-feira, 24 de abril de 2013

OS DOIS JOSÉS


  A permanência de José e Maria no Egito, não pode ser vista como um isolamento. Como sabemos que essa aconteceu devido à fuga por ocasião do decreto de Herodes, onde o mesmo ordenou a matança dos inocentes, pois temia a vinda do messias tão esperado pelo povo judeu. Temendo a morte do menino Jesus, seus pais firmaram residência no país vizinho. Porem ao chegar a terras estrangeiras encontraram numerosos judeus que por um motivo ou outro viviam no Egito.
  Devido o grande  numero de judeu, José e Maria se instalaram com mais facilidade.  José que era um trabalhador hábil, com acolhida com quem foi recebido logo se tratou de arrumar um trabalho e ao mesmo tempo construir uma casa.
  O povo que ali viviam eram como os da palestina também esperavam a vinda do Messias. A vinda da sagrada família para aquela região manifestou um admirável florescimento de vida cristã durante os primeiros séculos do cristianismo. Tempos  mais tarde viram na presença de Jesus em seu país, não uma simples consequência do furor de Herodes, mas antes, o cumprimento de uma profecia. Isaías havia escrito: “Eis Javé que vem ao Egito carregado sobre uma grande nuvem rápida. Os ídolos do Egito tremem à sua aproximação, e o coração do Egito derrete-se” (Is 19,1). José, ao levar o menino Jesus para terras estrangeiras, por ordem de Deus, torna-se o primeiro missionário. Ele semeou com lágrimas junto com Maria, mas a colheita prosperou com uma exuberância extraordinária.
   A sagrada família com certeza  recordaram a historia de seus ancestrais, o povo eleito desde a chegada de José, vendido por seus irmãos, até a partida do povo conduzido por Moisés. Nesse contexto nos é apresentado a figura de dois José. O primeiro rejeitado pelos seus parentes, porem teve muito sucesso no Egito, pois salvou seu país da fome. O segundo José salvou o filho de Deus levando para o Egito devido ser rejeitado pelo seu povo.  Maria em suas meditações não pode comparar os dois “Josés”: aquele a quem o faraó havia confiado o governo do Egito, e aquele a quem Deus havia incumbido de zelar por seu Filho.
  São Bernardo realça  a superioridade do segundo José,  e assim ele o descreve:
 “Que homem, e de que valor, foi esse José, imagina-o junto ao título com que Deus quis honrá-lo, que ele fosse chamado e acreditado ‘pai de Deus’”...
“Ao mesmo tempo, lembra-te daquele ilustre patriarca, já vindo ao Egito, e sabe que nosso José não herdou simplesmente o seu nome, mas que foi seu êmulo na castidade, seu imitador na integridade e em encantos. Assim, o antigo José, vendido pela inveja de seus irmãos e levado ao Egito, prefigurava o Cristo vendido por dinheiro; o segundo José, para escapar da inveja de Herodes, leva o Cristo para o Egito”.
“Aquele, para permanecer fiel a seu senhor, recusa fazer-se cúmplice de sua mestra; este, reconhecendo em sua esposa a mãe do Senhor, uma virgem, vela sobre ela com solicitude, guardando também ele a castidade. Ao primeiro foi dado penetrar o mistério dos sonhos, ao segundo foi concedido conhecer os mistérios celestes e participar deles. Aquele, amontoa reservas de trigo não para si, mas para todo o povo; este, recebe dos céus o pão vivo, a fim de guardá-lo tanto para si mesmo quanto para o mundo inteiro.”
   O anjos do senhor volta falar por meio de sonho a José  e assim o diz: “ volta para a terra de Israel, pois estão mortos aqueles que queriam matar o menino” (Mt 2,20).
   Não foi fácil deixar tudo para retornar a pátria, lá eles tinha feitos amigos, Jesus havia ganhado simpatia, com certeza deixaram muitas saudades. José foi escolhido por Deus para unir seu destino ao de Maria e, por ela, ao do Messias. Cabe-lhe encarregar-se do menino e sua mãe para conduzi-los lá onde o Senhor os deseja. Jose parte rumo a sua pátria chega perto da Judeia  não nos resta duvida que seria em gaza, pois tinha a ideia de voltar para Belém. A sagrada família se depara com uma grande calamidade. Arquelau reinava em lugar de seu pai Herodes. Havia herdado a sua crueldade selvagem, a sua patifaria, o seu espírito de dominação e a sua sede de prazer. Por esse motivo José não poderia expor o menino, nisso espera uma manifestação de Deus,  então oficializa sua moradia em Nazaré por motivo de segurança,pois sua missão era proteger Maria e o menino.

   Frei Jonielson A. dos Santos, osj.

2 comentários: