quarta-feira, 12 de março de 2014

CAMPANHA DA FRATERNIDADE E JUVENTUDE JOSEFINA MARELLIANA

No ano litúrgico, todos os anos celebramos a preparação ao período pascal chamado Quaresma, ou seja, são os 40 dias que remetem a experiência de Jesus no deserto onde experimentou a fome, a solidão e a tentação. Período quaresmal esse que nos convida essencialmente à conversão do coração e a práticas de piedade como o jejum e a esmola.
Por isso mesmo, a nossa Igreja é sábia e nos auxilia na vivência deste tempo, propõe-nos a Campanhas da Fraternidade, que no seu cerne, são temas para aprofundamento, reflexão e partilhas nos grupos, pastorais, movimentos, serviços e principal-mente no convívio familiar e na vida cotidiana do cristão. Além do mais, ser uma expressão de anúncio e denúncia para com problemas sociais, haja vista a campanha deste ano com a temática sobre o tráfico humano.
A Campanha da Fraternidade no ano de 2014 tem como tema: “TRÁFICO HUMANO E FRATERNIDADE” e como lema: “É PARA A LIBERDADE QUE CRISTO NOS LIBERTOU” (Gl 5,1). A reflexão do tráfico humano é uma discussão extremamente séria e precisa ser aprofundada cada vez mais, uma vez que, ao tomar a dignidade e a liberdade da pessoa humana ficamos órfãos de sentido e pertença da grande família de Deus.
Citam-se aqui as principais modalidades do tráfico humano para tomarmos consciência: tráfico para exploração no trabalho, para exploração sexual, para extração de órgãos, para adoção de crianças, para exploração da força de trabalho, para atividade ilícita. O Tráfico Humano caracteriza-se pela ampla estrutura do crime organizado, em rotas nacionais e internacionais, pela invisibilidade ajudada pela falta de denúncia e pelo aliciamento e a coação.
Podemos salientar também os meios que são possíveis a percepção e a configuração de tráfico de pessoas, assim sendo: ameaça; uso da força; outras formas de coação; rapto; engano; abuso de autoridade; situação de vulnerabilidade; aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre a outra.
A principal finalidade: exploração da pessoa sob várias formas: prostituição e outras formas de exploração sexual; a servidão; a remoção de órgãos. É importante frisar que, para a configuração do crime de tráfico humano, o consentimento da vítima é irrelevante. Os traficados devem ser vistos como vítima e são protegidos pela lei brasileira, mas ainda faltam leis mais abrangentes quanto ao crime de tráfico de pessoas.
O Tráfico Humano viola a grandeza de filhos, é tolhida a liberdade e o desprezo da dignidade dos filhos e filhas de Deus. Resgatar essa dignidade, identificar as práticas de tráfico humano e denunciá-lo são objetivos dessa Campanha da Fraternidade. Mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar o mal do Tráfico Humano, a Campanha propõe-se a reivindicar dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas e sensibilizar para a solidariedade com ações preventivas.
E nós enquanto Juventude do Marello? O que podemos aprender e tirar de toda essa reflexão e problemática social que a Igreja nos propõe? E de que maneira ajudar na mudança deste mal?
São questionamentos concretos e que nos deve provocar atitudes de compreensão, es-tudo do mal do tráfico humano e, ter a consciência que a concepção desta problemática juntamente com a resolução vem pelo estudo, aprofundamento e entradas em segmentos que buscam mudar e auxiliar as pessoas humanas vitimadas deste mal, o tráfico.
Por exemplo, nas grandes cidades e em algumas dioceses espalhadas pelo nosso “Brasilzão” existe um organismo de-nominado Cáritas (que vem da palavra caridade), que ajudam dando todo o aparato médico, alimentar e de saúde principal-mente a migrantes advindos dos países onde os problemas como a fome, a segmentação política, problemas econômicos e mesmo o mercantilismo fazem com que pessoas busquem outras terras, outras culturas em vista da sua liberdade e dignidade.
Portanto moçada; tá aí um convite muito forte para todos nós, filhos do Marello! Aproximarmos com humildade para conhecer o mal do tráfico humano e tudo o que implica em nossa sociedade, inserindo-nos com audácia e coragem nos organismos de ajuda e compreensão deste problema social. Nesta Campanha da Fraternidade a busca é a de nos preparar com muita alegria e fé na passagem da quaresma; e chegando na Páscoa conscientes da nossa missão de buscar amar a Jesus “de Belém ao calvário” como nos incita o nosso Pai fundador, São José Marello.

Frei Leonardo Alves de Melo, OSJ

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