QUARTA
F. - OITAVA DO NATAL - DIA 01\01\2014
SOLENIDADE
DA SANTA MÃE DE DEUS, MARIA- DIA MUNDIAL DA PAZ.
"Fraternidade, Fundamento e Caminho da Paz" Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2014
O texto: Lc 2,16-21
“Os
pastores foram às pressas a Belém”
(v.16). Belém evocava logo Davi e a sua casa, evocava o choro de Raquel que
tinha morrido dando a luz o último filho de Jacó quando se dirigia para Belém (Jr 31,15; Mt 2,18) e nem dá para esquecer a profecia do mesmo
Miqueias em 5,1. Por tudo isto é que
Lucas coloca na boca dos pastores: “vamos
até Belém” em 2,15. E “os pastores
foram às pressas” =pressa alegre, festiva, esperançosa. O que encontraram?
“Encontraram Maria José e o recém-nascido
deitado na manjedoura” (v. 16). O presépio era bem no estilo dos pastores
mesmo assim perceberam que se tratava de algo novo. Por isso “tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito
sobre o menino” (v.17). Viram, sentiram o NOVO e falaram seus sentimentos do coração “E todo os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que
contavam” (v.18). Quem são os que ouviram? José e Maria, mas, para Lucas a
boa nova era já nas praças e ruas e praças (Lc 12,3). E aqui entra em cena de
forma bonita MARIA: “Quanto a Maria,
guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração”(v.19).
Lucas tira de seu alforje do coração uma pérola: Maria a contemplativa de Belém
ao Calvário (Jo 19,25). “Todos estes
fatos”= no original é: Palavra que se tornou fato, ou seja o sentido do “dabar”
hebraico. Guardava = no original é uma guarda aconchegante cheia de ternura,
própria da mãe que defende seu bebé. “Em
seu coração”: não na mente; coração é lugar de escolha, de acolhida é lugar
vocacional, lugar do sim. Elabora, medita , reflete mesmo que ainda não
compreende tudo. O texto termina com a celebração da circuncisão e o nome dado
ao menino de Jesus (v. 21): aqui entra em cena José. Era papel dele. E como
sempre em silêncio: silêncio ativo, prático de pai amoroso e fiel.
O texto fala para nós.
Os personagens do
Evangelho deixam para nós umas lições de vida engrenar bem no novo ano e
vive-lo todo ele em Deus. Os pastores podem nos ajudar e viver a “pressa missionária” verdadeira que é
feita de fé, alegria, de acolhida da
mensagem de Deus, de oração de louvor e glória a Deus, para buscar e anunciar o
Deus menino! Nada de “psicologia do
túmulo” e do medo, afirma o papa (EG n 83). Maria, a mãe da plenitude dos
tempos (segunda leitura Gl 4,4) nos ajuda a contemplar, a meditar e ilumina
nossa vida para neste ano novo saber enxergar
os acontecimentos à luz de Deus da fé e do amor. José, no seu silêncio
operoso, e também ele contemplativo, atento, na sua missão de pai nos ajuda a
viver cada dia no serviço de Deus, feliz apenas por servir e amar, sem esperar aplausos e reconhecimentos, sem buscar glórias humanas. O menino Jesus é o “infante”= que não sabe
falar, é o símbolo dos pequenos,
simples, dos que se fazem crianças para o Reino. Uma pitadinha de
simplicidade e humildade vai tornar o nosso ano na família, na comunidade na
missão de cada um (a) um lugar de fraternidade
que é fundamento e caminho da paz, como Papa Francisco nos alerta neste dia
mundial da paz. Ao mesmo tempo nos ajuda a valorizar os simples os pobres, os
últimos, que são prediletos de Deus. Aí sim, a bênção de Aarão da primeira
leitura (Nm 6,22-27) vai se esparramar sobre todos nós no ano todo: bênção é presença de Deus em nossa vida! Um
olhar novo em nossa vida, nossa casa e família neste 2014!
Cantinho de S. José
Cantinho de S.
José não é S. José num cantinho. Neste texto evangélico José parece mesmo estar
num cantinho olhando a cena e preenchendo um lugar. Vivemos numa sociedade que
valoriza o fulano, o sicrano e não dá valor ao pequeno e simples. E isto em tudo
até na Igreja! Mas na verdadeira vida que vale- aquela diante de Deus- conta
quem ama mais, quem serve mais, quem se sacrifica mais. É assim numa família,
numa comunidade, numa Congregação e na Igreja inteira. Os títulos não são
garantia de amor e serviço e nem os aplausos humanos são sinal que Deus nos
aplaude! Maria é grande porque amou e viveu por Jesus, e José é grande no
serviço, na doação, na vida toda doada a Maria e a Jesus. E ambos eram
“leigos”. Algo mais a comentar?
“Surge
espontaneamente a pergunta: poderão um dia os homens e as mulheres deste mundo
corresponder plenamente ao anseio de fraternidade, gravado neles por Deus Pai?
Conseguirão, meramente com as suas forças, vencer a indiferença, o egoísmo e o
ódio, aceitar as legítimas diferenças que caracterizam os irmãos e as irmãs?”
(Papa
Francisco)
Um
Santo Ano Novo cheio de Deus e vida. Padre Mário Guinzoni OSJ
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