quarta-feira, 7 de maio de 2014

JOSÉ: O MISSIONÁRIO

Estamos vivendo um momento histórico na Província dos Oblatos de S. José do Brasil (mas também na Província do Peru e na Delegação da Nigéria). Na verdade o momento histórico é da Congregação como um todo! Podemos dizer que é UMA SURPRESA DE DEUS!
Partir em missão é abrir nova página, arriscar, servir. É a coragem da fé e da confiança em Deus!
SOMOS UMA IGREJA EM SAÍDA e por isso “constituamo-nos em estado permanente de missão, em todas as regiões da terra”, diz o papa irmão Francisco na EG 25, e o DA afirma: “trata-se de sair de nossa consciência isolada e de lançar-nos com ousadia e confiança (parrésia), à missão de toda a Igreja” (nº363).
Falar de missionariedade é fazer a experiência do amor de Deus que é amor para todos: o amor de Deus é essencialmente amor missionário. DEUS SÓ SABE AMAR! É o amor Encarnação do Filho, é amor Misericórdia do Pai, é amor Dom do ES que se faz um com cada homem e mulher, amor que abraça a humanidade toda até o dar a vida.
Este amor se traduz em Cristo no “amai-vos uns aos outros” (Jo 15,12) que é servir aos pobres, que é uma mística, uma diaconia. Ir ao Moçambique é também isto: ir ao encontro dos pobres. Sempre atual a exortação de S. Gregório de Nazianzo (329 – 390), bispo de Constantinopla que no seu discurso sobre o amor aos pobres escrevia: “até que nos é dado visitamos Cristo,
curemos Cristo, alimentemos Cristo, vistamos Cristo, hospedamos Cristo, e ofereçamos-lhe a misericórdia”. A missionariedade que se faz caridade é uma forma genuína e concreta de Evangelização, pois, levar o Evangelho aos povos é levar também vida, esperança, certeza: “O amor de Cristo nos impele” gritava Paulo (2 Cor ! )
Mas, nós somos filhos (as) do Marello e vivemos a MISSÃO NOS TRILHOS DE S. JOSÉ. Acabamos de ouvir o Evangelho que nos apresenta os traços missionários de S. José. JOSÉ, pode-se dizer, viveu em contínuo dinamismo de saída e missão.

José de Nazaré: leigo - missionário em saída
O texto de Mt 1, 18-25 “fala” muito mais do que aquilo que diz! S. José é o trabalhador, o justo, esposo, pai, homem simples do seu povo, de fato, ainda que descendente do Rei Davi, é um cidadão desconhecido e sem valor. Com todos estes "ingredientes", torna-se modelo acessível para todos, porque viveu a santidade do cotidiano, da vida comum, icone de solidariedade humana além de ícone de espiritualidade e vida interior. José foi protagonista sem aparecer, sem diminuir-se, sem se exibir e querer aplausos, mas com fé e coragem. Viveu o seu sim por toda a vida, buscando apenas a Glória de Deus e os Interesses de Jesus- como afirma o nosso Fundador- num estilo escondido e silencioso. VIVEU A VIDA EM CONTINUA SAÍDA DE SI preocupado com Jesus e Maria. Uma vida “em saída de si” para eles! Alguns verbos expressam esta realidade, sua resposta pronta e generosa:
“fez” (1,24), “levou sua esposa para casa”(1,24); “tomou o menino e sua mãe” ( 2, 14. 21-22). Foi homem de ação concreta e homem de Deus, e viveu uma vida em continuo discernimento, discipulado, numa obediência generosa e disponível além de destemida. Um missionário para todas as estações da história, também a nossa!

Missionário -solidário nas suas escolhas.
Seu projeto de vida era casar com Maria e ter filhos, mas, aceitou ter Maria e um Filho para um projeto maior, missionário, aberto ao mundo. Perdeu o filho e Maria para si, OS DOOU AO MUNDO e os ganhou de volta numa dimensão mais profunda. Solidariedade voltada para a humanidade e voltada para Deus como justo. santo, fiel à Aliança.


Missionário no “fazer os interesses de Jesus”

Como pai e esposo verdadeiro: dom enorme para a história humana e para a Igreja. È por ter cuidado do “início da Igreja” na Sagrada Família que foi reconhecido como Padroeiro da Igreja Universal. JOSÉ TINHA “O CHEIRO DE JESUS” que era seu filho e sua ovelha, para usar uma expressão já consagrada pelo Papa Francisco.

Missionário “fora de casa”.
Nos seus gestos proféticos e de total gratuidade que ainda tem muito a ensinar para nós, ele é missionário e solidário como “PERSEGUIDO POLÍTICO” nas viajens, (Belém, Egito, volta na Judéia e depois na
Galileia), como estrangeiro e migrante que vive a insegurança, que concretamente significa aprender outra língua, novos costumes, a pobreza da vida, a busca de uma casa para morar, a saudade do torrão natal. Num momento orante e lírico lembremos o Salmo 137 cheio saudade: “Sobre os rios de Babilônia”. José e Maria orando este Salmo não sentiram no Egito a mesma saudade? O missionário, como José, sente saudade: “faz parte” de sua experiência e bagagem humano –cristã.


Missionário no mundo do trabalho.

Pelo seu trabalho honesto na vida familiar: partilhando silêncios, anseios, angústias, canseiras, preocupações (pensemos em Jesus aos doze anos) fidelidade, partilha de vida…JOSÉ SE UNE PELO TRABALHO A CADA HOMEM E MULHER QUE VIVE A DUREZA, que ganha salários insuficientes quando não infames, que sonha para sua família sempre algo de melhor, mas, que é como um horizonte sempre inalcançado! Lembramos neste ano também dos sonhos desfeitos do tráfico humano!

Missionário e solidário como tantos “Josés” de hoje
Estes estão presentes neste mundo cheio de contrastes, que vivem nos “estábulos” de hoje, que tem vários nomes: favelas, bidonville, slums, barracos, acampamentos, periferias... Tantos Josés que vivem sem futuro, sem certezas no jogo da vida que é mais morte do que vida. Zé Ninguém é a nossa expressão brasileira que indica bem esta realidade. José erá o zé da Galiléia, de Nazaré, terra e
cidade sem valor, periferia do império e periferia da Palestina, sem projeição e renome. Lugares malfamados! Todavia ali nasceu o NOVO!
Enfim: existem fortes razões para aclamarmos SÃO JOSÉ COMO MESTRE E PATRONO DO NOSSO TEMPO. Esse defensor da vida do Menino Jesus contra a sanha de Herodes, sempre, a longo da história do cristianismo, foi invocado para prestar socorro e defender o povo de Deus e a Igreja de Jesus Cristo.

Depois de ter meditado José missionário, eis para todos nós um roteiro de missionariedade bem no estilo Josefino. É disponível para todos nós Filhos e Filhas do Marello Para SER JOSÉ HOJE E VIVER A SUA MISSIONARIEDADE SOLIDÁRIA NO BRASIL E NO MOÇAMBIQUE, eis do que precisamos para todos partir em missão.


a) O cajado de José

Precisamos de uma mudança de mentalidade, uma verdadeira conversão. Conversão vem de “cum-vertere”, ou seja, caminhar juntos, buscar juntos a meta. CAMINHAR JUNTOS, (como Oblatos, Oblatas, leigos Josefinos, como filhos e filhas do Marello, como Igreja), no mesmo ideal e carisma, mas, também, caminhar juntos com os pobres e com todas as pessoas que precisam de
ajuda. A primeira solidariedade é conhecer, partilhar como fez o Fundador. Entregamos a vocês simbolicamente o báculo de S. José para que o usem em terras africanas. Caminhem juntos com José! Sem este andar juntos pelos caminhos do mundo, pelas savanas e poeiras é teoria falar de pobres e de serviço aos últimos, é dificil ser missionários. Teoria não enche o coração: só a a vida! Que vocês sejam memória de Cristo e do Fundador onde a Vontade de Deus vos transplantar!
b) O coração de José
Precisamos de um coração forte! Para amar Jesus concretamente em cada pessoa, para enamorar-se de Cristo e da Igreja, no Brasil, no Moçambique e no mundo, para ter a paixão pela pessoa concreta, ou seja, aquela que passa agora ao meu lado, que incomoda, que fala outra língua, que é diferente no jeito de ser, de viver, comer e se relacionar com Deus. A pessoa de cultura nova que devo amar como a minha! Os pobres de todos os lugares podem e devem mudar nossa maneira de ser. O coração é o INSTRUMENTO MISSIONÁRIO MAIS IMPORTANTE QUE TEMOS A DISPOSIÇÃO, o meio mais poderoso para sermos missionários: amar “até o fim” como Jesus (Jo 13,1), amar como José! Ide com o coração de José, humilde. Nos vos acompanhamos com o mesmo coração!

c) Os olhos de José
OLHOS NOVOS PARA ENXERGAR OS SINAIS DE DEUS. Para aprender a ver atentamente as pessoas, seu jeito de ser, ver as lágrimas, as dores as alegrias. Ver todos com os olhos de José. Como José via Maria e seu Filho? Como via; no Egito, país estranho, aquele povo? E se podemos lembrar muitos olhares de Cristo, -um entre tantos, o olhar de Jesus quando viu o jovem rico: “o olhou e o amou” (Mc 10,21), - não será que de repente Jesus aprendeu de José e Maria a olhar assim?

d) As mãos de José
Para trabalhar, abraçar, acariciar, ajudar, semear, consolar, orar juntos, acolher. Mãos abertas para gestos de fraternidade, quem sabe pequenos, mas sempre ricos de força e e capazes de transformar con o amor a sociedade onde vivemos e vocês vão viver. Para que se realizem as palavras de Cristo: “Eu vim para que tenham vida e vida em abubdãncia” (Jo 10,10). Nesta palavra vida devemos ler sim sobretudo a vida divina, a Graça, mas, também, a vida humana, a dignidade humana, o trabalho, a escola, a saúde... A dimensão social da missionariedade! AS MÃOS DE JOSÉ ABERTAS PARA ABRAÇAR O FILHO JESUS EM CADA PESSOA SEM FAZER DISTINÇÕES!


e) A língua de José.


Para falar, anunciar, defender, entrar no coração do outro (a) quase transferir-se nele. José, homem do silêncio, mas, o homem que falou a grande PALAVRA e a guardou: Jesus, a palavra que se fez carne.(Jo 1,14). Nossa missão é falar SÓ A PALAVRA JESUS COMO FEZ JOSÉ! Os pobres precisam de atitudes corajosas que os defenda, mas, sobretudo precisam ouvir esta Palavra: Jesus! 
f)A fé de José
José “desperta” do sono, (v. 24), afirma num recente texto Padre Mauro, não com o torpor dos sonolentos, com o susto dos desavisados ou desligados, ou ainda com a ansiedade dos atrasados. Ele desperta com a consciência dos justos, pois é isto que ele era: “justo”, como Mateus indica no versículo 19. Este “despertar” indica a decisão do homem de Fé. Viveu a sua fé no despojamento total, viveu, - me permitam dizer-, SUA “KENOSIS” EM SILÊNCIO: APENAS “SER” o que Deus queria dele, perdendo sonhos humanos por amor livre a Jesus e a Maria. Esta fé decidida que precisa ter num coração missionário: fé e ação= cartuxos (homem de Deus e apóstolo!). Esta fé que faz de vocês que vão ser enviados servidores de Deus na imitação de S. José no estilo do Fundador. Missão sem despojamento não existe. Terão que aprender a ser hospedes, a aprender a “tirar as sandálias” e
reconhecer que a nova cultura que vão encontrar é tão sagrada, quanto a nossa, terão que aprender a arte da “escutar”. José amou na Galileia, na Judeia, no Egito, em todos os lugares porque foi desapegado e por isso viveu mais dentro do que fora e por isso seu silêncio é amor! Precisamos, como José, despertar e entender com a cabeça e com a vida que o seu despojamento e a sua humildade são elementos essenciais para um missionário Oblato!
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Enfim, vamos lembrar que é só por Cristo vale a pena fazer o passo que estáis fazendo! O verdadeiro missionário, que não deixa jamais de ser discípulo, sente Jesus vivo com ele, no meio da missão. Se um missionário não O descobre presente no coração, depressa perde o entusiasmo, vem a faltar-lhe as forças interiores e a paixão: aí neste caso acontece a “psicologia do túmulo”, numa outra imagem forte de Papa Bergoglio (EG 83). José viveu com intensidade sua missionariedade porque viveu, conviveu, amou, se sacrificou por Jesus. Diria que ELE FOI OUSADO!
Irmãos, este é o projeto missionário no qual vale a pena se inspirar e apostar: aquele de José. E aqui, sem dúvida vem á mente as nossas Constituições n. 58 “imitando São José, o Santo da vida humilde e escondida e da confiança plena na Providência divina, os Oblatos escolhem poder servir a Igreja em atividades e lugares humildes, contentes por cuidar dos trabalhos mais simples e ordinários com amor extraordinário”; além disso, com “a insondável vida interior” de José como nos recorda a RC
26, seremos sempre “cartuxos e apóstolos em qualquer latitude e longitude da terra.
“Onde há povo há missão, onde há missão há razões de ser feliz”, dizia o saudoso Dom Luciano Mendes de Almeida. Que a alegria faça sempre parte do vosso cardápio espiritual. E um proverbio africano diz diz: “Se quer chegar primeiro corre sozinho, mas, se quer chegar longe caminha com os outros”
Irmãos. vocês vão chegar longe com certeza nesta aventura, pois, nós vamos juntos com vocês no Moçambique!! Com toda a inveja santa que tenho e temos no coração dizemos para vocês: coragem!

Padre Mário Guinzoni OSJ

Um comentário:

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