A Igreja vem voltando seus olhares para a juventude e as
contribuições que ela pode oferecer para novos caminhos evangelizadores. Nessa
realidade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou, em 2007,
o documento 85 ‘Evangelização da juventude: desafios e perspectivas pastorais’.
Tais orientações são uma referência para todos que trabalham na Igreja com a
evangelização dos jovens.
O documento foi preparado num período em que se pensava pedir
ao Vaticano que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) fosse no Brasil. Ainda em
2007, durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil, o documento estava pronto e
foi apresentado ao Pontífice juntamente com a solicitação para o país sediar a
JMJ.
As orientações vieram em um momento de necessidade para a
evangelização da juventude, segundo o que informou o membro da Comissão
Episcopal Pastoral para Juventude da CNBB, Dom Bernardino Marchió, bispo de
Caruaru (PE).
“Evangelizar a juventude é fundamental para nossa Igreja.
Então o documento não é só dirigido aos jovens, mas a toda a Igreja no Brasil,
aos bispos, a todas as dioceses para que todos levem a sério a evangelização da
juventude”, disse.
Desafios
O bispo reconheceu que a realidade atual em que os jovens se
inserem é uma questão complexa. Ele comentou que a juventude, em geral, sonha
com a beleza de Deus, com um mundo de paz e fraternidade, mas, muitas vezes, o
mundo oferece elementos contrários a esse caminho. Mesmo com as adversidades,
Dom Bernardino acredita em uma solução poderosa para vencer esse desafio de
evangelizar os jovens no mundo atual.
“A nossa Igreja, há dois mil anos, tem esse tesouro que é
Jesus Cristo então o que nós devemos fazer é apresentá-Lo de uma maneira
atraente, mostrar que Ele não vai contra às aspirações dos jovens, ao
contrário, Jesus Cristo atende a todas as necessidades que os jovens têm de
vida, de liberdade, de amor, de solidariedade”, ressaltou.
Dom Bernardino lembrou ainda a importância dos documentos da
Igreja Católica, que constituem uma riqueza. “Nós devemos aproveitar este
documento [85] e outros que nós temos, como as últimas Diretrizes para Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil, ou os documentos do Papa que falam sobre a
Palavra de Deus. Nós podemos e devemos aproveitar toda essa riqueza da Igreja
para formar os jovens. Jovens formados, depois se tornam missionários, se
tornam evangelizadores, eles mesmos vão levando essa verdade para todos”.
Liderança jovem e JMJ
Se existem dificuldades na evangelização da juventude,
também já existem bons frutos. A Igreja conta hoje com diversos movimentos
liderados por jovens, como Juventude Palotina, Ministério Jovem da Renovação
Carismática Católica (RCC) e Emaús.
Dom Bernardino contou que fica cada vez mais admirado ao
contemplar a riqueza desses grupos, movimentos e novas comunidades. “Estou
descobrindo tantos valores em alguns jovens aqui da minha diocese de Caruaru.
Muitas vezes nós não sabemos incentivar tudo isso. Às vezes temos dificuldades,
desconfianças, mas é muito bom ver toda essa riqueza”.
Retomando o documento para a evangelização da juventude, o
bispo de Caruaru lembrou que ele abre o olhar da Igreja não só para os grupos
já tradicionais das pastorais, mas também para descobrir esse protagonismo
jovem. “Nós vamos valorizar sempre mais estas novas realidades e vamos
agradecer ao Espírito Santo porque está despertando isso e a Igreja se abre
para isso”, enfatizou.
Tendo em vista essa participação ativa dos jovens, o bispo
disse que a JMJ é um evento para despertar a atenção sobre o mundo juvenil. “É
um grande momento de graça para poder rever as nossas atitudes de adultos e
olhar para a juventude com amor e carinho. Não devemos julgar os jovens, porque
muitas vezes eles são vítimas também da sociedade em que vivem, mas devemos
mostrar que seguir Jesus Cristo não só é bonito, mas é gratificante para toda a
nossa vida”, finalizou.
Por Canção Nova
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