terça-feira, 15 de outubro de 2013

QUARTA F. DA 28ª SEMANA DO TEMPO COMUM- C
“A JUSTIÇA E O AMOR A DEUS”  (Lc 11,42-46)

O texto de hoje se enquadra na perícope maior de Lc 11,37-54, que é dividida em três dias. O texto de hoje corresponde ao segundo dia. A perícope toda começa com o “entrar” (Lc 4,37) de Jesus na casa do fariseu e o “sair” dela (Lc 11,53). Entrar e sair são verbos missionários de caminhada. Jesus convida os fariseus a abandonar uma ideia limitada de salvação. Na cabeça dos fariseus e dos mestres da lei, de fato, tinha uma ideia fixa: a salvação vinha pela lei, pelo cumprimento exato de todas as disposições como aquelas referentes ao dízimo até da “da hortelã, da arruda e todas as ervas” (v.42). Cumpriu a lei cumpriu tudo!
Só que Jesus não pensava assim! A salvação missionária, para Ele, era obra da gratuidade de Deus, da sua misericórdia, da aceitação da sua vontade, do coração cheio de fé: numa palavra, a “justiça e o amor a Deus (v.42). Não rejeitava a lei em si, “deveríeis praticar, isso, sem deixar de lado aquilo” (v.42), mas, olhava mais para o essencial, o coração das pessoas, para o centro de tudo.
Jesus também percebe e constata que quem vive a lei só exteriormente, acaba para incorrer em dois outros erros. O primeiro é aquele de querer aparecer e se tornar pavão: “gostais do lugar de honra nas sinagogas e de serdes cumprimentados em praça pública” (v, 43), e o segundo, aquele de colocar ”sobre os homens cargas insuportáveis” (v.46), salvo eles nem tocar nelas. 
Os fariseus e mestres da lei não acabaram ainda! Estão bem vivos... e quem sabe no meu e seu coração! Intransigência nos relacionamentos humanos, falta de misericórdia, não perdoar, querer aparecer e trabalhar pelo nosso reino e não pelo REINO! Um fariseu pode abrigar-se numa catequista, nos pais, nos padres e bispos, num consagrado (a) que prima para viver a lei, mas, não se esforça para viver a LEI DO AMOR, para fazer a vontade de Deus, para viver o amor ágape que é a santidade.
Um convite para ir ao essencial, aquele de hoje, para uma conversão profunda e radical. Os santos conseguiram viver assim!
Hoje, também, a liturgia celebra a memória de uma rainha e mãe de família e de uma consagrada: Santa Edwiges e santa Margarida Maria Alacoque. Duas mulheres bem diferentes não só na época, mas, sobretudo, no estilo e no jeito de viver a fé. Todavia, ambas imbuídas de muita fé, coragem e amor. Edwiges passou por inúmeras tribulações familiares e Margarida viveu a Cruz de Jesus na vida consagrada para depois se tornar a “Apostola” do Sagrado Coração de Jesus. A dor se transformou em amor.
E é o amor, o sim à vontade do Pai, que estava no centro do coração de Jesus. Sem o amor, seremos sempre, também nós, pouco mais, pouco menos, fariseus! E aí Jesus poderá dizer também para nós: “Ai de vós fariseus” (v. 42).

CANTINHO DE S. JOSÉ
José é o homem “justo” (Mt 1,19) por excelência e é também o homem que vive o “amor a Deus (Lc 11,42) com total disponibilidade e atitude de serviço. Homem da lei, mas, aberto à lei do amor que a encarnação de Jesus abriu para o mundo. Uma citação da RC de João Paulo II, citando S. Tomás de Aquino, o atesta claramente: “A aparente tensão entre a vida ativa e a vida contemplativa tem em José uma superação ideal, possível para quem possui a perfeição da caridade. Atendo-nos à conhecida distinção entre o amor da verdade e as exigências do amor, podemos dizer que José fez a experiência quer do amor da verdade, ou seja, do puro amor de contemplação da Verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo, quer das exigências do amor, ou seja, do amor igualmente puro do serviço, requerido pela proteção e pelo desenvolvimento dessa mesma humanidade” (RC 27). Aprendamos de S. José a viver o amor que é o verdadeiro caminho para Deus.

PERGUNTAS
A nossa fé é exterior ou olha para o essencial que é o amor?
Vivemos buscando aplausos e honras ou o serviço e a humildade de Jesus e de Maria e José, ou seja, o Reino de Deus?


           Padre Mário Guinzoni OSJ

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