QUARTA
F. DA XXIX ª SEMANA DO TEMPO COMUM.
“O
filho do Homem virá” (Lc
12, 38- 48)
O que está
por trás do evangelho de hoje (e de outros evangelhos paralelos) é a grande
dúvida que circulava nas primeiras comunidades cristãs: a parusia de Cristo
(sua volta no fim dos tempos) será dentro em breve ou não? Quando voltará
Jesus? O mesmo Jesus não oferece uma resposta no sentido “tempo”, mas no
sentido “qualidade” e o faz, hoje, com duas parábolas.
Começa com a mais
breve, para explicitar a necessidade de estar bem atentos e preparados para a “hora
do Filho do homem” (v. 40). A palavra de ordem aqui é “vigilância”! Pedro (sempre o simpático Pedro!) depois de ter ouvido
a “parabolazinha” de Jesus (v. 39-40) sobre a necessidade de estarmos prontos e
vigilantes pergunta ao Senhor se a mesma era para eles - os apóstolos- ou para
todos. Quem sabe que em seu coração tivesse certa segurança e pensasse o
querido Pedro: “bem nós já estamos tranquilos e nosso lugar está garantido”! Será?
É que Pedro não percebia ainda que a missão deles era mais exigente e deverá
escutar o Mestre dizer categoricamente que “a quem muito foi dado, muito será
pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido” (v.48).
A segunda
parábola, aquela do administrador fiel (v.42-48) é voltada mais para os
pastores, mas, também pode se referir, cada um de nós, pois, todos nós recebemos
a administração de muitos bens na vida e deveremos dar conta a Deus, pois, e
todos somos servos vigilantes ou menos, e cada um de nós deve tomar sua atitude
evangélica.
No fundo, a perícope
toda quer fazer-nos refletir sobre o assunto da morte. Isso mesmo! Este tema em
todos os tempos, e o nosso não é mesmo uma exceção, engendra nas pessoas
sentimentos os mais variados tipo: medo e terror, ‘não pensar nisso’, ‘fazer o
que?’, ‘é algo inelutável, portanto, divirta-se e boa noite’... Mas, melhor nos
perguntarmos: há um jeito de se preparar para este momento? A resposta é sim:
vivendo atentos na escuta da vontade de Deus, vivendo o momento presente com o
coração de servos que nós somos, voltado para o “patrão” (v. 43),
que pode vir a qualquer momento de nossa vida. Sim, fazer a vontade de Deus
assim é administrar os bens que o patrão (= Deus) nos deu.
Não tem nada
de complicado ou de espantoso: vigiar na escuta da vontade de Deus é a grande
tarefa de qualidade que nos ajuda a esperar a “parusia” de Jesus, mas não
aquela do fim do mundo, mas do fim de nossa vida, com os braços abertos ao Pai!
Cantinho de S. José
Em Gn 45, 8 encontramos
a conhecida passagem de José do Egito que, ao se fazer conhecer aos irmãos diz:
“Assim, não
foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou
ministro do faraó, e me fez administrador de todo o palácio e governador de
todo o Egito”. O “nosso” José, a maior
razão se tornou administrador fiel e justo dos maiores bens que Deus tinha: o
seu Filho e Maria. Foi assim, o administrador que cuidou com esmero e amor da
casa de Nazaré o “palácio” de Deus na
terra. Seu SIM repetido muitas vezes acolhendo a vontade de Deus,
abandonando-se nele mesmo na escuridão e nas dúvidas, fez dele o verdadeiro e “o feliz empregado” (Lc 12. 43) ao qual “o patrão confiou a administração de todos os seus bens” (Lc 12,44).
Isto até o fim; e sua morte foi nos braços de Jesus e de Maria. E creio sem
medo nenhum! Amém
Padre Mário Guinzoni OSJ
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