quarta-feira, 23 de outubro de 2013

QUARTA F. DA XXIX ª SEMANA DO TEMPO COMUM.
 “O filho do Homem virá” (Lc 12, 38- 48)

O que está por trás do evangelho de hoje (e de outros evangelhos paralelos) é a grande dúvida que circulava nas primeiras comunidades cristãs: a parusia de Cristo (sua volta no fim dos tempos) será dentro em breve ou não? Quando voltará Jesus? O mesmo Jesus não oferece uma resposta no sentido “tempo”, mas no sentido “qualidade” e o faz, hoje, com duas parábolas.
Começa com a mais breve, para explicitar a necessidade de estar bem atentos e preparados para a “hora do Filho do homem” (v. 40). A palavra de ordem aqui é “vigilância”! Pedro (sempre o simpático Pedro!) depois de ter ouvido a “parabolazinha” de Jesus (v. 39-40) sobre a necessidade de estarmos prontos e vigilantes pergunta ao Senhor se a mesma era para eles - os apóstolos- ou para todos. Quem sabe que em seu coração tivesse certa segurança e pensasse o querido Pedro: “bem nós já estamos tranquilos e nosso lugar está garantido”! Será? É que Pedro não percebia ainda que a missão deles era mais exigente e deverá escutar o Mestre dizer categoricamente que “a quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será  exigido” (v.48).
A segunda parábola, aquela do administrador fiel (v.42-48) é voltada mais para os pastores, mas, também pode se referir, cada um de nós, pois, todos nós recebemos a administração de muitos bens na vida e deveremos dar conta a Deus, pois, e todos somos servos vigilantes ou menos, e cada um de nós deve tomar sua atitude evangélica.
No fundo, a perícope toda quer fazer-nos refletir sobre o assunto da morte. Isso mesmo! Este tema em todos os tempos, e o nosso não é mesmo uma exceção, engendra nas pessoas sentimentos os mais variados tipo: medo e terror, ‘não pensar nisso’, ‘fazer o que?’, ‘é algo inelutável, portanto, divirta-se e boa noite’... Mas, melhor nos perguntarmos: há um jeito de se preparar para este momento? A resposta é sim: vivendo atentos na escuta da vontade de Deus, vivendo o momento presente com o coração de servos que nós somos, voltado para o “patrão” (v. 43), que pode vir a qualquer momento de nossa vida. Sim, fazer a vontade de Deus assim é administrar os bens que o patrão (= Deus) nos deu.   
Não tem nada de complicado ou de espantoso: vigiar na escuta da vontade de Deus é a grande tarefa de qualidade que nos ajuda a esperar a “parusia” de Jesus, mas não aquela do fim do mundo, mas do fim de nossa vida, com os braços abertos ao Pai!
 
Cantinho de S. José
Em Gn 45, 8 encontramos a conhecida passagem de José do Egito que, ao se fazer conhecer aos irmãos diz: “Assim, não foram vocês que me manda­ram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administra­dor de todo o palácio e governador de todo o Egito”. O “nosso” José, a maior razão se tornou administrador fiel e justo dos maiores bens que Deus tinha: o seu Filho e Maria. Foi assim, o administrador que cuidou com esmero e amor da casa de Nazaré o “palácio” de Deus na terra. Seu SIM repetido muitas vezes acolhendo a vontade de Deus, abandonando-se nele mesmo na escuridão e nas dúvidas, fez dele o verdadeiro e “o feliz empregado” (Lc 12. 43) ao qual  “o patrão confiou a administração de todos os seus bens” (Lc 12,44). Isto até o fim; e sua morte foi nos braços de Jesus e de Maria. E creio sem medo nenhum! Amém


Padre Mário Guinzoni OSJ

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