Lc 21,12-19
O TEXTO
O texto
faz parte do assim chamado “grande apocalipse “de Lucas (21,5-36). O evangelista descreve uma
realidade de Igreja semelhante à nossa de hoje, apesar da distancia no tempo. È
que precisamos ler a história à luz do mistério pascal e Lucas escreve quando
os apóstolos (At 4 ss), Estevão, (At 7,54-60) Tiago (At 12,1), os e Paulo (At 21, 17 ss) tinham sido perseguidos
e eliminados. Jesus fala sim de perseguições para seus discípulos, mas, fala
também da vitória pela perseverança e
confiança nele.
O QUE O TEXTO DIZ PRA NÓS
Algumas
pistas de meditação e reflexão.
a) A
perseguição quer seja no tempo de Lucas, quer ao longo dos tempos e hoje é
sempre um completar o que “falta à paixão
de Cristo”. (Col 1,24). O texto é um convite também a não fugir da cruz e a
lembrar de que nada e nem a família (v. 16) está na frente de Jesus.
b) O
certo para o cristão (ã) é viver a vida como um “martírio” = um testemunho,
sabendo que Deus dá a sabedoria para enfrentar obstáculos e toda dificuldade
(Cfr. At 4,13; 6,10)
c) Não
confundir ódio do mundo por causa de Jesus, com outros ódios que são bem
humanos!
d) Fidelidade,
firmeza, perseverança, constância no caminho de Jesus são indispensáveis para
ganhar a vida (Rm 2,7)
e) A confiança:
“nem um só fio de cabelo cairá da vossa
cabeça”
(v. 18). Esta frase que era já conhecida
no AT (1 Sm 14, 45) é também certeza que
Ele está conosco. Otimismo da fé! Otimismo que encontramos também na primeira
leitura de hoje (Dn 5,1-6.13-14.16-17.23-28 ) que afirma claramente que
tudo acaba e só Deus fica e vence.
José é
o “homem fiel” que soube confiar em Deus, apostou sua vida, sua inteligência,
sua vontade e liberdade em Jesus Cristo seu filho e em Maria sua esposa. Neste
sentido foi “mártir”, ou seja, testemunha de Jesus e de sua mãe, o defensor
deles sábio e prudente. Como homem de fé, viveu sem medo e salvou sua vida, -
como diz o Evangelho (v. 19)- a de
Maria, e salvou a vida da VIDA que é Jesus!
Nele coragem e amor
fundiram-se no abandono em Deus e deu tudo de si. José é exemplo fúlgido de
desapego evangélico e figura, - em maquete no começo do Evangelho-, do mesmo
Jesus.
José pode muito bem dizer ao nosso mundo distraído e
voltado para o que é efêmero, que o que vale na vida é tão somente o amor,
vivido a cada momento. Convida-nos a viver cada dia como se fosse o primeiro, o
único e o último. Se então seremos capazes de viver assim, não terá “o fim do
mundo” pavoroso, mas, um dia Jesus dirá para nós também o que disse ao bom
ladrão: “hoje estarás comigo no Paraiso”
(Lc 23,43). Lembra o Evangelho de domingo passado na solenidade de Cristo Rei?
Bom final de ano
litúrgico e bom começo do novo ano com o Advento!
Padre Mário Guinzoni OSJ
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