quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

4ª FEIRA da 2ª SEMANA  DE ADVENTO
Primeira Leitura: Is 40, 25-31
O texto.

O capítulo 40 inicia o assim chamado Segundo Isaias. Trata-se de um profeta que atuou no final do exílio da Babilônia entre o 550 e 538 a.C quando já Ciro fazia entrever a queda da Babilônia. Ciro dará a liberdade de voltar à pátria ao povo hebreu com o edito de 538 a. C. O Segundo Isaias é chamado livro da Consolação porque estas são as primeiras palavras do Cap.40 (v. 1, ss). O profeta quer infundir coragem ao povo desanimado que achava ter sido abandonado por Deus em terra estranha. Até a ascensão de Ciro será vista como sinal da Providência amorosa de Deus para com o seu povo (41, 1,ss). È conhecido também pelos Cânticos do Servo do Senhor (42,1-4; 49,1-6;50,4-9;52,13-53,12). O texto de hoje se enquadra na espiritualidade e mística do segundo Isaias, voltada para a esperança e a confiança em Deus que depois de ter criado tudo (v.26) “não falha nem se cansa” (v.28) e infunde coragem, vida nova e sabedoria.

O texto fala para nós

Vamos nos deter sobre dois versículos lembrados também pelo Papa na Evangelii Gaudium:
Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar.” (Is 40, 30-31).
Desanimar, parar, tropeçar e cansar não foi só prerrogativa do povo hebreu no desterro, mas, vemos que desde ás crianças até os adultos passando pelos jovens, esta é a nossa experiência cotidiana. Quem de nós nunca desanimou, cansou, ou alguma vez não quis chutar o balde? Parecia tudo fácil, simples, e de repente o encanto acabou nascem obstáculos que parecem impossíveis de transpor... Veio a faltar a fé, a confiança em Deus, ou seja, o que o texto acima chama de  esperança. Só a esperança é capaz de olhar para novos horizontes, para recuperar forças e poder correr e caminhar de novo sem cansar e parar e, sobretudo, infundir de novo a coragem de viver com alegria a fé. O profeta usa uma expressão “criam asas como as águias”; de fato, como a águia pelos 40 anos de sua vida toma a decisão instintiva de se renovar com asas novas, com bico e presas novas e fortes, assim é quem decide de esperar e confiar em Deus: se renova interiormente como a águia, olhando para o Sol do amor de Deus. A isto faz eco o belíssimo texto do Evangelho de hoje Mt 11,28-30 que nos garante a acolhida de Jesus, com seu descanso, seu jugo e fardo leve, em contraposição daquele dos fariseus com  as leis opressoras nas costas do povo. Mas tem uma  condição: aprender dele e viver a mansidão e a humildade (v.29)!

Cantinho de S. José

Se tinha alguém que podia chutar o balde este deveria ser S. José. Que história era esta? Assumir uma esponsalidade e paternidade destas e ainda ter que enfrentar um bocado de situações não muito agradáveis que poderiam levar ao desânimo qualquer mortal...? Mas José, como diz a Redemptoris Custos 19 “regenerado pelo ES” foi o guerreiro da fé e da confiança em Deus, e o texto de Isaias acima, que certamente devia conhecer, foi vivido por ele: não parou nem cansou e, nas  asas dá fé e do amor fez de sua vida um hino de amor.
Que neste Advento ele nos ajude a confiar em Deus, a renovar as forças, a criar asas em nossa vida para  não casarmos e pararmos. Afinal, o Menino que vem merece tudo de nós!


Padre Mário Guinzoni OSJ 

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