QUARTA F. DA PRIMEIRA SEMANA DE ADVENTO- A
O BANQUETE DA
VIDA
O
texto (Mt 15,29-37)
Jesus
está retornando na Palestina, vindo dos territórios de Tiro e Sidónia. Ao seu
redor muita gente, também pagã, mas todos iguais nas misérias humanas: coxos,
cegos, surdos, doentes em geral, um verdadeira
humanidade doente no corpo e no coração. Jesus os cura, os salva, doa a eles uma nova vida,
nova história e, sobretudo, um novo coração capaz de glorificar “o Deus de Israel” (v. 31). Mas Jesus
vai além e partilha com os doze: “Sinto
compaixão dessa multidão. Já faz três dias que estão comigo, e não têm nada
para comer. Não quero mandá-los embora sem comer, para que não desfaleçam pelo
caminho” (v.32). Isto
deixou os mesmos apóstolos em polvorosa! E agora? Como fazer? Digamos a verdade
que nós também teríamos ficado agitadinhos! Jesus não se agita mais do que
precisa: aproveita o que tem, sete pãezinhos e alguns peixinhos (cfr. v.34 ) e.. pronto! Resolvido! Organiza o povo, (v.35)
ora, e todos comem à vontade e com direito a sobra! (cf. V.37). Jesus quer
mostra que: a salvação é para todos. Lido este texto à luz da Páscoa, a
pergunta: “De onde vamos conseguir, num
lugar deserto, tantos pães..” (v.33) enxerga o futuro mundo a ser evangelizado como
trabalho difícil e árduo. A resposta é clara para todos os tempos: a partilha
da palavra, do pão material e do pão do amor e da vida. Esta missão continua
até hoje: todos nós somos chamados ao banquete da vida e todo somos “chamantes”
para outros entrar!
A Palavra nos fala
Sinais do Messias
a)A cura de surdos, cegos, coxos dos versículos
30-31... do Evangelho de hoje foi já profetizada por Isaias 35,5 ss. como sinal do Messias. No Evangelho de Lucas 7,22
Jesus mesmo responde aos emissários de João Batista: “Ide, e anunciai a João o que tendes visto e
ouvido: que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os
surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres anuncia-se o evangelho”. b)
Outro sinal bem concreto é a “compaixão” (v.
32)). Jesus comove-se
(verbo grego splagchnízomai)
quer dizer comoção entranhada, maternal, divina= a ternura de Deus Mãe! Jesus encarna a bondade e ternura do Senhor no
AT: Deus visita seu povo (Cf. Lc 7,11-17)! c) O banquete descrito na primeira leitura Is
25,6-10 é outro texto messiánico. Um banquete não tanto
de iguarias, mas, de vitórias contra a
morte e as lágrimas da humanidade. Este banquete de vida se concretiza na
multiplicação dos pães feita por Jesus no Evangelho de hoje.
Viver a Palavra
A caminho do Natal neste Advento, a Palavra nos ilumina
para multiplicar os gestos de amor para com cada irmão (ã) que passa ao nosso
lado. Há muitos cegos, coxos, surdos também no espírito por aí. Famílias,
comunidades inteiras, grupos e pessoas síngulas que precisam de curas: a cura
do amor, da acolhida, da fraternidade, da misericórdia e ternura. Isto é ter
compaixão, multiplicar o pão: encher o dia de pequenos gestos concretos (não imaginários!) de
amor. Para compreender mais veja esta palavra de Deus, que Paulo nos oferece: “O Senhor vos faça crescer abundantemente no
amor de uns para com os outros e para com todos” (1 Ts 3,12). Fazendo assim
verás o banquete messiánico realizado ao teu redor!
Cantinho de S.
José
Estamos neste tempo do Advento, preparando o Natal de
Jesus na história, fazendo a memória de seu nascimento. Ninguém melhor do que
José e Maria prepararam este acontecimento. Eis o que escreve S. José Marello:
“Maria e José foram as almas
que melhor prepararam o caminho do Senhor. Portanto nós devemos imitar estes
dois exemplares se queremos preparar devidamente a vinda do Menino Jesus: por
isso, primeiro devemos considerar atentamente a sua conduta e depois praticar fielmente aquelas virtudes
que eles exerceram, especialmente a humildade, a paciência e a conformidade com
a vontade de Deus” (S. 311).
E estas virtudes lembradas pelo fundador se resumem no
amor total para com Jesus e os irmãos.
Há algo mais a dizer?
Padre Mário Guinzoni OSJ
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